O escritor russo Boris Pasternak, que se notabilizou pelo livro Doutor Jivago, ganhou, há 52 anos, o seu Prêmio Nobel de Literatura. Segundo ele: "Os progressos da ciência obedecem à lei da repulsão: para dar um passo em frente, é preciso começar por derrubar o domínio do erro e das falsas teorias".
Nascido há 387 anos, no dia 24 de outubro de 1623, Antony van Leeuwenhoek era um cientista improvável. Não tinha fortuna, não recebeu educação superior e não conhecia outros idiomas, além do holandês. No entanto, com habilidade, diligência, uma curiosidade infinita e uma mente aberta e livre dos dogmas científicos de sua época, Leeuwenhoek conseguiu fazer algumas das descobertas mais importantes na história da biologia.
Credita-se a invenção do microscópio aos também holandeses Hans Janssen e seu filho Zacharias. Mas foi Leeuwenhoek o primeiro a fazer observações microscópicas de materiais biológicos.
Construído em 1674, o microscópio primitivo inventado por ele permitia aumento da percepção visual em até 300 vezes e com razoável nitidez, o que lhe permitiu observar bactérias de 1 a 2 micra (medida equivalente a um milésimo de milímetro).
Foi com este instrumento quase rudimentar que ele conseguiu constatar a existência das bactérias e dos espermatozóides, sendo o pioneiro em desvendar o mundo dos microrganismos.
Foi também num outro dia 24 de outubro, em 1945, exatamente há 65 anos, que Sir Alexander Fleming recebeu o seu justíssimo Prêmio Nobel de Medicina, por descobrir e desenvolver a penicilina.
O filósofo inglês Francis Bacon, considerado o fundador da ciência moderna, dizia que "as descobertas já conseguidas se devem ao acaso e à experiência vulgar mais do que à ciência”. E a história de Fleming confirma isso.
Durante a guerra, como médico militar nas frentes de batalha da França, Fleming ficou impressionado com a gangrena gasosa, que estava causando a morte de milhares de soldados e civis, atingidos por projéteis de armas de fogo.
Finalizada a guerra, regressou ao Hospital St. Mary onde começou a pesquisar intensamente um novo anti-séptico, descobrindo a Lisozima, de modo acidental, depois que o muco de seu nariz, procedente de um espirro, caiu sobre uma placa de cultura onde cresciam colônias bacterianas. Alguns dias mais tarde, Fleming notou que as bactérias haviam sido destruídas no local onde caíra o fluido nasal.
A invenção do antibiótico penicilina, em 1928, também se deveu ao acaso e à experiência vulgar. Fleming, cujo laboratório era bagunçado, observou que uma colônia de fungos havia crescido espontaneamente. Ele observou outras placas e comprovou que as colônias bacterianas que se encontravam ao redor do fungo (mais tarde identificado como Penicillium notatum) eram transparentes devido a uma lise (desintegração ou dissolução de elementos orgânicos) bacteriana.
Não obstante a revolução que seu invento provocou na saúde da população mundial, ele não quis patentear sua descoberta, para que fosse mais amplo o tratamento das infecções que castigavam a população.
"Não inventei a penicilina", disse ele. "A natureza é que a fez. Eu só a descobri por acaso".
Luiz Henrique da Silveira – senador eleito por SC - junk2@uol.com.br
Infelizmente que no brasil eles usam esta lei do acaso, igual a música dos Titãs, para proteger suas irregularidades.
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