quinta-feira, 26 de maio de 2011
terça-feira, 24 de maio de 2011
Uma lenda chinesa
Esta estória minha esposa enviou-me por email:
Era uma vez uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com o marido na casa da sogra. Depois de algum tempo, começou a ver que não se adaptava à sogra.
Os temperamentos eram muito diferentes e Lin se irritava com os hábitos e costumes da sogra, que criticava cada vez mais com insistência.
Com o passar dos meses, as coisas foram piorando, a ponto de a vida se tornar insuportável. No entanto, segundo as tradições antigas da China, a nora tem que estar sempre a serviço da sogra e obedecer-lhe em tudo.
Mas Lin, não suportando por mais tempo a idéia de viver com a sogra, tomou a decisão de ir consultar um Mestre, velho amigo do seu pai.
Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou num ramalhete de ervas medicinais e disse-lhe: - “Para te livrares da tua sogra, não as deves usar de uma só vez, pois isso poderia causar suspeitas. Vais misturá-las com a comida, pouco a pouco, dia após dia, e assim ela vai-se envenenando lentamente.
Mas, para teres a certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de ti, deverás ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discutas e ajuda-a a resolver os seus problemas”.
Lin respondeu: Obrigado, Mestre Huang, farei tudo o que me recomenda”. Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a sogra.
Durante várias semanas Lin serviu, dia sim, dia não, uma refeição preparada especialmente para a sogra. E tinha sempre presente a recomendação de Mestre Huang para evitar suspeitas: controlava o temperamento, obedecia à sogra em tudo e tratava-a como se fosse a sua própria mãe.
Passados seis meses, toda a família estava mudada. Lin controlava bem o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Durantes estes meses, não teve uma única discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável e mais fácil de tratar com ela.
As atitudes da sogra também mudaram e ambas passaram a tratar-se como mãe e filha. Certo dia, Lin foi procurar o Mestre Huang, para lhe pedir ajuda e disse-lhe:
“Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha sogra. É que ela transformou-se numa mulher agradável e gosto dela como se fosse a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.”
Mestre Huang sorriu e abanou a cabeça: “Lin, não te preocupes. A tua sogra não mudou. Quem mudou foste tu. As ervas que te dei são vitaminas para melhorar a saúde. O veneno estava nas tuas atitudes, mas foi sendo substituído pelo amor e carinho que lhe começaste a dedicar”.
Na China, há um provérbio que diz: “A pessoa que ama os outros também será amada”. E os árabes têm outro provérbio: “O nosso inimigo não é aquele que nos odeia, mas aquele que nós odiamos”.
As pessoas que mais nos dão dor de cabeça hoje poderão vir a ser as que mais nos darão alegrias no futuro. Invista nelas...cative-as, ouça-as, cruze seu mundo com o mundo delas. Plante sementes. Não espere o resultado imediato...colha com paciência.
Esse é o único investimento que jamais se perde. Se as pessoas não ganharem, você, pelo menos, ganhará: Paz interior, experiência e consciência de que fez o melhor.
Era uma vez uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com o marido na casa da sogra. Depois de algum tempo, começou a ver que não se adaptava à sogra.
Os temperamentos eram muito diferentes e Lin se irritava com os hábitos e costumes da sogra, que criticava cada vez mais com insistência.
Com o passar dos meses, as coisas foram piorando, a ponto de a vida se tornar insuportável. No entanto, segundo as tradições antigas da China, a nora tem que estar sempre a serviço da sogra e obedecer-lhe em tudo.
Mas Lin, não suportando por mais tempo a idéia de viver com a sogra, tomou a decisão de ir consultar um Mestre, velho amigo do seu pai.
Depois de ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou num ramalhete de ervas medicinais e disse-lhe: - “Para te livrares da tua sogra, não as deves usar de uma só vez, pois isso poderia causar suspeitas. Vais misturá-las com a comida, pouco a pouco, dia após dia, e assim ela vai-se envenenando lentamente.
Mas, para teres a certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de ti, deverás ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discutas e ajuda-a a resolver os seus problemas”.
Lin respondeu: Obrigado, Mestre Huang, farei tudo o que me recomenda”. Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a sogra.
Durante várias semanas Lin serviu, dia sim, dia não, uma refeição preparada especialmente para a sogra. E tinha sempre presente a recomendação de Mestre Huang para evitar suspeitas: controlava o temperamento, obedecia à sogra em tudo e tratava-a como se fosse a sua própria mãe.
Passados seis meses, toda a família estava mudada. Lin controlava bem o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Durantes estes meses, não teve uma única discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável e mais fácil de tratar com ela.
As atitudes da sogra também mudaram e ambas passaram a tratar-se como mãe e filha. Certo dia, Lin foi procurar o Mestre Huang, para lhe pedir ajuda e disse-lhe:
“Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha sogra. É que ela transformou-se numa mulher agradável e gosto dela como se fosse a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.”
Mestre Huang sorriu e abanou a cabeça: “Lin, não te preocupes. A tua sogra não mudou. Quem mudou foste tu. As ervas que te dei são vitaminas para melhorar a saúde. O veneno estava nas tuas atitudes, mas foi sendo substituído pelo amor e carinho que lhe começaste a dedicar”.
Na China, há um provérbio que diz: “A pessoa que ama os outros também será amada”. E os árabes têm outro provérbio: “O nosso inimigo não é aquele que nos odeia, mas aquele que nós odiamos”.
As pessoas que mais nos dão dor de cabeça hoje poderão vir a ser as que mais nos darão alegrias no futuro. Invista nelas...cative-as, ouça-as, cruze seu mundo com o mundo delas. Plante sementes. Não espere o resultado imediato...colha com paciência.
Esse é o único investimento que jamais se perde. Se as pessoas não ganharem, você, pelo menos, ganhará: Paz interior, experiência e consciência de que fez o melhor.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O 13º Salário NUNCA Existiu...
Não tinha pensado nesta! Brilhante, de fato!
Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente!
Mas há sempre uma razão para as coisas, e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!
Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa.
Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o “pai dos pobres” e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso, nem mesmo o “governo dos trabalhadores”, fala-se agora que o governo do PT pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º salário.Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.
Perguntarão porquê.
Respondo: Porque o 13º salário não existe.
O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem “capitalistas” ou “socialistas”, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.
Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.
Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.
R$ 700 X 12 = R$ 8.400,00
Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.
R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00
R$ 8.400,00 (Salário anual) + R$ 700,00 (13º salário) = R$ 9.100 (Salário anual mais o 13º salário)
O trabalhador vai para casa todo feliz com o “governo dos trabalhadores” que mandou o patrão pagar o 13º.
Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer uma simples contas que aprendeu no Ensino Fundamental:
Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.
R$ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = R$ 175,00 (Salário semanal)
O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.
R$ 175,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = R$ 9.100.00
O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário
Surpresa, surpresa?
Onde está, portanto, o 13º Salário?
A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham dado conta desse fato simples.
A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.
No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.
Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.
Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes: não existe nenhum 13º salário. O governo apenas devolve e manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anu al.
Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional. 13º NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!
TRABALHE PELA CIDADANIA!
CIRCULE ISSO!
Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente!
Mas há sempre uma razão para as coisas, e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!
Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa.
Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o “pai dos pobres” e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso, nem mesmo o “governo dos trabalhadores”, fala-se agora que o governo do PT pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º salário.Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.
Perguntarão porquê.
Respondo: Porque o 13º salário não existe.
O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem “capitalistas” ou “socialistas”, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.
Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.
Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.
R$ 700 X 12 = R$ 8.400,00
Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.
R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00
R$ 8.400,00 (Salário anual) + R$ 700,00 (13º salário) = R$ 9.100 (Salário anual mais o 13º salário)
O trabalhador vai para casa todo feliz com o “governo dos trabalhadores” que mandou o patrão pagar o 13º.
Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer uma simples contas que aprendeu no Ensino Fundamental:
Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.
R$ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = R$ 175,00 (Salário semanal)
O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.
R$ 175,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = R$ 9.100.00
O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário
Surpresa, surpresa?
Onde está, portanto, o 13º Salário?
A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham dado conta desse fato simples.
A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.
No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.
Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.
Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes: não existe nenhum 13º salário. O governo apenas devolve e manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anu al.
Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional. 13º NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!
TRABALHE PELA CIDADANIA!
CIRCULE ISSO!
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Crise de inversão dos valores
Ana Cláudia Araujo
No desenrolar da história, a civilização humana testemunhou e tem testemunhado várias transformações, transformações essas que remodelaram a sua forma de ser, sua estrutura, e, por conseguinte, a maneira de ser de seus partícipes. Ao longo dos anos, a vivência social e os modelos estabelecidos tem sido transitórios. A civilização, em sua história, tem se caracterizado como reino do efêmero, vivendo historicamente processos de continuidade e descontinuidade.
.
No último século um fenômeno social se intensificou sendo percebido com muita clareza. O fenômeno no qual nos referimos é o problema da inversão de valores; problema esse que se fortaleceu ainda mais no atual século, tornando a sua visibilidade, e o problema por ele suscitado, ainda mais nítido.
.
Que seria então essa inversão de valores? Quais os agravos que ela engendra?
Se socialmente para o bem da ordem social, estabeleceu-se parâmetros para a promoção e estabilização da mesma, com o advento da inversão de valores, estruturas formatadas para a efetivação da harmonia social se rompem, gerando um caos social. Uma dessas estruturas basilares abaladas com esse novo fenômeno, por exemplo, é a família.
.
É cada vez mais raro encontrar em nosso meio cônjuges que verdadeiramente amem seus parceiros, filhos que respeitem seus pais, amizades embasadas em respeito, confiança e fraternidade, entre tantos outros exemplos. Se apegando a estes três exemplos citados, perceberemos nitidamente que a fonte de tal deformidade encontra-se na ausência de parâmetros. O ser humano ao destruir os parâmetros, estabelece um vazio moral, dando espaço para todo tipo de deformações sociais, fazendo que até mesmo o amor, outrora tão exaltado, passe a categoria de “corpo estranho”.
.
O amor em nossa sociedade vem perdendo espaço para o individualismo egocêntrico. As relações pessoais atuais têm por base o lucro e a vantagem, assim sendo, se uma pessoa não tem o que oferecer de lucrativo, essa não é considerada interessante para uma relação. O fenômeno é percebido quase que em caráter geral. Facilmente percebe-se essa realidade na política onde tudo é movido pelo capital, na família onde a valorização maior e o destaque são dados ao mais próspero, na religião, a qual engolida pelas nomenclaturas denominacionais, coloca a instituição em primeiro plano, em detrimento ao necessitado.
.
Percebe-se o vigor da crise de inversão de valores, principalmente no âmbito familiar e religioso, pelo simples fato de a família e a religião em uma sociedade, naturalmente serem as bases da resistência do amor. Se, no que seria a base do amor na ambiência social, a primazia do lucro passa a gerenciar suas motivações, logo a sociedade perde o mais importante foco de resistência contra a degradação dos valores, dando livre acesso para a reafirmação desse novo modelo social.
.
Diante deste quadro, faz-se necessário uma tomada de atitude, orientada por uma também atitude reflexiva, com o fim de encontrar meios para reverter a situação direcionando a sociedade para uma vivência mais humana, onde as pessoas possam ser percebidas pelo que são levando-se em conta a totalidade de seu ser real.
.
"É preciso de início testemunhar nossa ruptura com a desordem estabelecida. Já é alguma coisa tomar consciência da desordem. Mas a tomada de consciência que não leva a tomada de posição, a uma transformação de vida e não apenas de maneira de pensar, será apenas uma nova traição do espiritualismo, na linha de todas as traições passadas. É preciso pois, definir uma primeira série de desordarizações e de engajamentos, a que chamamos ação de testemunho e ruptura. Esta ação implica em primeiro lugar na denúncia e na condenação pública, por todos os meios ao nosso alcance, da desordem combatida".(Emmanuel Mounier).
No desenrolar da história, a civilização humana testemunhou e tem testemunhado várias transformações, transformações essas que remodelaram a sua forma de ser, sua estrutura, e, por conseguinte, a maneira de ser de seus partícipes. Ao longo dos anos, a vivência social e os modelos estabelecidos tem sido transitórios. A civilização, em sua história, tem se caracterizado como reino do efêmero, vivendo historicamente processos de continuidade e descontinuidade.
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No último século um fenômeno social se intensificou sendo percebido com muita clareza. O fenômeno no qual nos referimos é o problema da inversão de valores; problema esse que se fortaleceu ainda mais no atual século, tornando a sua visibilidade, e o problema por ele suscitado, ainda mais nítido.
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Que seria então essa inversão de valores? Quais os agravos que ela engendra?
Se socialmente para o bem da ordem social, estabeleceu-se parâmetros para a promoção e estabilização da mesma, com o advento da inversão de valores, estruturas formatadas para a efetivação da harmonia social se rompem, gerando um caos social. Uma dessas estruturas basilares abaladas com esse novo fenômeno, por exemplo, é a família.
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É cada vez mais raro encontrar em nosso meio cônjuges que verdadeiramente amem seus parceiros, filhos que respeitem seus pais, amizades embasadas em respeito, confiança e fraternidade, entre tantos outros exemplos. Se apegando a estes três exemplos citados, perceberemos nitidamente que a fonte de tal deformidade encontra-se na ausência de parâmetros. O ser humano ao destruir os parâmetros, estabelece um vazio moral, dando espaço para todo tipo de deformações sociais, fazendo que até mesmo o amor, outrora tão exaltado, passe a categoria de “corpo estranho”.
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O amor em nossa sociedade vem perdendo espaço para o individualismo egocêntrico. As relações pessoais atuais têm por base o lucro e a vantagem, assim sendo, se uma pessoa não tem o que oferecer de lucrativo, essa não é considerada interessante para uma relação. O fenômeno é percebido quase que em caráter geral. Facilmente percebe-se essa realidade na política onde tudo é movido pelo capital, na família onde a valorização maior e o destaque são dados ao mais próspero, na religião, a qual engolida pelas nomenclaturas denominacionais, coloca a instituição em primeiro plano, em detrimento ao necessitado.
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Percebe-se o vigor da crise de inversão de valores, principalmente no âmbito familiar e religioso, pelo simples fato de a família e a religião em uma sociedade, naturalmente serem as bases da resistência do amor. Se, no que seria a base do amor na ambiência social, a primazia do lucro passa a gerenciar suas motivações, logo a sociedade perde o mais importante foco de resistência contra a degradação dos valores, dando livre acesso para a reafirmação desse novo modelo social.
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Diante deste quadro, faz-se necessário uma tomada de atitude, orientada por uma também atitude reflexiva, com o fim de encontrar meios para reverter a situação direcionando a sociedade para uma vivência mais humana, onde as pessoas possam ser percebidas pelo que são levando-se em conta a totalidade de seu ser real.
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"É preciso de início testemunhar nossa ruptura com a desordem estabelecida. Já é alguma coisa tomar consciência da desordem. Mas a tomada de consciência que não leva a tomada de posição, a uma transformação de vida e não apenas de maneira de pensar, será apenas uma nova traição do espiritualismo, na linha de todas as traições passadas. É preciso pois, definir uma primeira série de desordarizações e de engajamentos, a que chamamos ação de testemunho e ruptura. Esta ação implica em primeiro lugar na denúncia e na condenação pública, por todos os meios ao nosso alcance, da desordem combatida".(Emmanuel Mounier).
Roger Abdelmassih usa habeas corpus de Gilmar Mendes para fugir do país
O médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão, pode ter aproveitado o habeas corpus concedido no Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com parecer favorável do ministro Gilmar Mendes, e fugido do país. Abdelmassih foi julgado culpado por estupros em série às suas vítimas, mas não respondeu ainda às acusações de manipulação genética. Considerado como foragido há duas semanas, Roger Abdelmassih deixou a prisão em 2009, por força da medida acatada na Suprema Corte do país.
As investigações acerca dos crimes cometidos por Abdelmassih começaram em 2008, quando ex-pacientes procuraram um grupo especial do Ministério Público para denunciar os crimes sexuais cometidos pelo médico, que estuprou e violentou mulheres com idades entre 30 e 45 anos, de vários Estados do país. Mais de 200 pessoas foram ouvidas no processo. Entre elas, 130 testemunhas de defesa e 35 mulheres que relataram os ataques sexuais de Abdelmassih na clínica mantida em uma região nobre da capital paulista. Algumas afirmam ter sofrido abusos sexuais mais de uma vez. Roger Abdelmassih chegou a ficar preso durante um curto período, entre 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, quando foi beneficiado por um gesto do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que lhe concedeu o direito de responder o processo em liberdade.
Outro habeas corpus famoso é o do ministro Marco Aurélio de Mello, que liberou o banqueiro Salvatore Caciolla e, em seguida, disse que Caciolla tinha mesmo todo o direito de fugir para a Itália. Caciolla, no entanto, foi preso novamente, no principado de Mônaco, por pressão do delegado Romeu Tuma Jr., que à época ocupava um posto de destaque no Ministério da Justiça.
Um dos países para o qual Abdelmassih pode ter fugido é o Líbano, que não mantêm laços diplomáticos com o Brasil suficientes para garantir a extradição do condenado. Dono de uma fortuna relevante, Rober Abdelmassih tem origens libanesas e dispõe de recursos suficientes para montar uma rede de proteção nos meios governamentais daquele país.
Retirado do jornal: "Correio do Brasil".
domingo, 8 de maio de 2011
Oxi, uma nova e devastadora droga se espalha pelo país
Ele é mais barato e agressivo do que o crack. E a ciência ainda tenta entender seus efeitos no organismo
Desde a década de 1980, distante dos grandes centros brasileiros, o estado do Acre convive com a destruição produzida pelo oxi, uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem mais devastadora do que o temível crack. A droga, vendida no formato de pedra, ao valor médio de 2 reais a unidade, vem se popularizando na região Norte e, agora, espalha sua chaga pelas cidades do Centro-Oeste e Sudeste. "Ela já chegou ao Piauí, à Paraíba, ao Maranhão, a Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro", diz Álvaro Mendes, vice-presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos. Uma amostra da penetração da droga em São Paulo pôde ser vista na última quinta-feira, quando a Polícia deteve, na capital, um casal que carregava uma pedra de meio quilo de oxi.
Ao menos duas característias da droga ajudam a explicar por que ela se espalha pelo país. A primeira é seu potencial alucinógeno. Assim como o crack, o oxi pode estimular em um usuário o dobro da euforia provocada pela cocaína. A segunda razão é seu preço. "O crack não é uma droga cara, mas o oxi é ainda mais barato", diz Philip Ribeiro, especialista em dependência química do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). "Quando surge uma droga mais poderosa, mais barata e fácil de produzir, a tendência é que ela se dissemine", diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra da Univesidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Isso ocorre especialmente porque não se criou no Brasil até agora um sistema eficaz de tratamento de dependentes."
O lado mais assustador do oxi talvez seja a carência de dados sobre seu alcance no território brasileiro. Quem se debruça sobre o assunto, avalia que a droga atinge todas as classes sociais. "Não há um perfil estabelecido de usuário: ela é usado tanto pelos estratos mais pobres quanto pelos mais ricos da população", diz Ana Cecília Marques, psiquiatra da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead).
Também faltam estudos científicos sobre sua ação sobre o ser humano. Por ora, sabe-se que, por causa da composição mais "suja", formada por elementos químicos agressivos, ela afeta o organismo mais rapidamente. A única pesquisa conhecida sobre a droga – conduzida por Álvaro Mendes, da Associação Brasileira de Redução de Danos, em parceria com o Ministério da Saúde – acompanhou cem pacientes que fumavam oxi. E chegou a uma terrível constatação: a droga matou um terço dos usuários no prazo de um ano.
Além, é claro, do risco de óbito no longo prazo, seu uso contínuo provoca reações intensas. São comuns vômito e diarreia, aparecimento de lesões precoces no sistema nervoso central e degeneração das funções hepáticas. "Solventes na composição da droga podem aumentar seu potencial cancerígeno", explica Ivan Mario Braun, psiquiatra e autor do livro Drogas: Perguntas e Respostas.
Por último, mas não menos importante, uma particularidade do oxi assusta os profissionais de saúde: a "fórmula" da droga varia de acordo com "receitas caseiras" de usuários. É possível, por exemplo, encontrar a presença de ingredientes como cimento, acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica - muitos dos itens podem ser facilmente encontrados em lojas de material de construção. A variedade amplia os riscos à saúde e dificulta o tratamento.
Confira a seguir as informações conhecidas sobre o oxi e uma comparação dele com o crack:
Desde a década de 1980, distante dos grandes centros brasileiros, o estado do Acre convive com a destruição produzida pelo oxi, uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem mais devastadora do que o temível crack. A droga, vendida no formato de pedra, ao valor médio de 2 reais a unidade, vem se popularizando na região Norte e, agora, espalha sua chaga pelas cidades do Centro-Oeste e Sudeste. "Ela já chegou ao Piauí, à Paraíba, ao Maranhão, a Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro", diz Álvaro Mendes, vice-presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos. Uma amostra da penetração da droga em São Paulo pôde ser vista na última quinta-feira, quando a Polícia deteve, na capital, um casal que carregava uma pedra de meio quilo de oxi.
Ao menos duas característias da droga ajudam a explicar por que ela se espalha pelo país. A primeira é seu potencial alucinógeno. Assim como o crack, o oxi pode estimular em um usuário o dobro da euforia provocada pela cocaína. A segunda razão é seu preço. "O crack não é uma droga cara, mas o oxi é ainda mais barato", diz Philip Ribeiro, especialista em dependência química do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). "Quando surge uma droga mais poderosa, mais barata e fácil de produzir, a tendência é que ela se dissemine", diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra da Univesidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Isso ocorre especialmente porque não se criou no Brasil até agora um sistema eficaz de tratamento de dependentes."
O lado mais assustador do oxi talvez seja a carência de dados sobre seu alcance no território brasileiro. Quem se debruça sobre o assunto, avalia que a droga atinge todas as classes sociais. "Não há um perfil estabelecido de usuário: ela é usado tanto pelos estratos mais pobres quanto pelos mais ricos da população", diz Ana Cecília Marques, psiquiatra da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead).
Também faltam estudos científicos sobre sua ação sobre o ser humano. Por ora, sabe-se que, por causa da composição mais "suja", formada por elementos químicos agressivos, ela afeta o organismo mais rapidamente. A única pesquisa conhecida sobre a droga – conduzida por Álvaro Mendes, da Associação Brasileira de Redução de Danos, em parceria com o Ministério da Saúde – acompanhou cem pacientes que fumavam oxi. E chegou a uma terrível constatação: a droga matou um terço dos usuários no prazo de um ano.
Além, é claro, do risco de óbito no longo prazo, seu uso contínuo provoca reações intensas. São comuns vômito e diarreia, aparecimento de lesões precoces no sistema nervoso central e degeneração das funções hepáticas. "Solventes na composição da droga podem aumentar seu potencial cancerígeno", explica Ivan Mario Braun, psiquiatra e autor do livro Drogas: Perguntas e Respostas.
Por último, mas não menos importante, uma particularidade do oxi assusta os profissionais de saúde: a "fórmula" da droga varia de acordo com "receitas caseiras" de usuários. É possível, por exemplo, encontrar a presença de ingredientes como cimento, acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica - muitos dos itens podem ser facilmente encontrados em lojas de material de construção. A variedade amplia os riscos à saúde e dificulta o tratamento.
Confira a seguir as informações conhecidas sobre o oxi e uma comparação dele com o crack:
Nem um humano, só Judeus!
Nem Um Humano, Só Judeus!. Há algum tempo, escutei a apresentação irônica, após as ressalvas politicamente corretas tradicionais, de argumento dos negacionistas dos campos de extermínio nazistas. Eles não existiriam, pois neles não morreram nenhum ser humano, "a não ser seis milhões de judeus"! Na ocasião, lembrei ao colega que a piada inaceitável tornava os seus emissor e receptores positivos de certo modo co-participes da desumanização das populações vitimadas que permitira aquele crime inominável.
Mário Maestri
Mesmo como historiador, consciente da construção incessante das consciências, sempre me impactou o consenso construído contra, nesse caso, a população judaica, em enorme parte da Europa civilizada, nos anos anteriores e durante a II Guerra. Não é simples apreender plenamente o processo de literal banalização da desumanização das comunidades demonizadas, que prosperou solto, durante os anos que procederam ao massacre medonho.
Sábado passado, pela tarde, assisti o noticiário de grande rede televisiva brasileira, anunciando, com visível satisfação, que ataque aéreo da OTAN havia atingido residência de familiares de Kadafi, sem, no entanto, conseguir matá-lo, segundo fonte "não confirmadas". Enquanto a telinha transmitia celebração de rebeldes de Benghazi, apresentada como ocorrendo em Trípoli, o ancora agregou, lendo o script dos redatores da rede televisiva, que no ataque cirúrgico não havia que se lamentar a morte de civis. Isto por que teriam morrido apenas dois "netos" e o "filho" menor do "ditador", de 28 anos, que até pouco estudava na Europa.
Certamente informado pelo serviço secreto russo, Vladimir Putin, em visita à Dinamarca, na última terça-feira, denunciara o plano dos dirigentes da OTAN de assassinar a Muamar Kadafi. Na ocasião, perguntara : "- Quem deu o direito a eles [membros da OTAN] de sentenciar alguém à morte [...]." O primeiro-ministro russo lembrou que a ONU não autorizou - como não poderia autorizar, sob qualquer pretexto - o assassinato do dirigente líbio.
Horas após o ataque assassino, porta-voz da OTAN afirmou que as bombas e os mísseis daquela organização não apontam para indivíduos singulares, mas exclusivamente contra objetivos militares. A própria imprensa européia, que mantém a tradicional subserviência às ações imperialistas de seus governos, pergunta-se se isso fosse certo, como é que as bombas terminaram sobre uma residência, em bairro residencial de Trípoli, onde se encontrava reunida, precisamente, a família Kadafi! Questão à qual os responsáveis da OTAN respondem com o mutismo das hienas que seguem silenciosas à espreita da vítima.
O planejamento da morte de um chefe de Estado, por um outro, é crime de Estado, de extrema gravidade, sancionado penalmente pelo direito internacional. Uma ordem de ataque direta, tomada inarredavelmente a frio pelos representantes máximos das três grandes nações envolvidas nos fatos, absolutamente despreocupados com as inevitáveis vítimas civis, constitui ato de terrorismo de Estado que passa a pesar sobre os senhores Sarkozy, Obama e Cameron.
Um ato terrorista de Estado que certamente não causará impressão, se não despertar regozijo, entre enorme parte da população européia e estadunidense. Isto porque ele ceifou a vida de um jovem homem e de três crianças certamente árabes e possivelmente muçulmanas. Raça e religião demonizada nas últimas décadas, igualmente a partir das necessidades de rapina do mundo pelo grande capital. Portanto, não há, nos fatos, a lamentar perdas, nem civis, nem humanas.
* Mário Maestri, 62, é historiador. E-mail: maestri@via_rs.net
Retirado do jornal "Pravda.ru".
Mário Maestri
Mesmo como historiador, consciente da construção incessante das consciências, sempre me impactou o consenso construído contra, nesse caso, a população judaica, em enorme parte da Europa civilizada, nos anos anteriores e durante a II Guerra. Não é simples apreender plenamente o processo de literal banalização da desumanização das comunidades demonizadas, que prosperou solto, durante os anos que procederam ao massacre medonho.
Sábado passado, pela tarde, assisti o noticiário de grande rede televisiva brasileira, anunciando, com visível satisfação, que ataque aéreo da OTAN havia atingido residência de familiares de Kadafi, sem, no entanto, conseguir matá-lo, segundo fonte "não confirmadas". Enquanto a telinha transmitia celebração de rebeldes de Benghazi, apresentada como ocorrendo em Trípoli, o ancora agregou, lendo o script dos redatores da rede televisiva, que no ataque cirúrgico não havia que se lamentar a morte de civis. Isto por que teriam morrido apenas dois "netos" e o "filho" menor do "ditador", de 28 anos, que até pouco estudava na Europa.
Certamente informado pelo serviço secreto russo, Vladimir Putin, em visita à Dinamarca, na última terça-feira, denunciara o plano dos dirigentes da OTAN de assassinar a Muamar Kadafi. Na ocasião, perguntara : "- Quem deu o direito a eles [membros da OTAN] de sentenciar alguém à morte [...]." O primeiro-ministro russo lembrou que a ONU não autorizou - como não poderia autorizar, sob qualquer pretexto - o assassinato do dirigente líbio.
Horas após o ataque assassino, porta-voz da OTAN afirmou que as bombas e os mísseis daquela organização não apontam para indivíduos singulares, mas exclusivamente contra objetivos militares. A própria imprensa européia, que mantém a tradicional subserviência às ações imperialistas de seus governos, pergunta-se se isso fosse certo, como é que as bombas terminaram sobre uma residência, em bairro residencial de Trípoli, onde se encontrava reunida, precisamente, a família Kadafi! Questão à qual os responsáveis da OTAN respondem com o mutismo das hienas que seguem silenciosas à espreita da vítima.
O planejamento da morte de um chefe de Estado, por um outro, é crime de Estado, de extrema gravidade, sancionado penalmente pelo direito internacional. Uma ordem de ataque direta, tomada inarredavelmente a frio pelos representantes máximos das três grandes nações envolvidas nos fatos, absolutamente despreocupados com as inevitáveis vítimas civis, constitui ato de terrorismo de Estado que passa a pesar sobre os senhores Sarkozy, Obama e Cameron.
Um ato terrorista de Estado que certamente não causará impressão, se não despertar regozijo, entre enorme parte da população européia e estadunidense. Isto porque ele ceifou a vida de um jovem homem e de três crianças certamente árabes e possivelmente muçulmanas. Raça e religião demonizada nas últimas décadas, igualmente a partir das necessidades de rapina do mundo pelo grande capital. Portanto, não há, nos fatos, a lamentar perdas, nem civis, nem humanas.
* Mário Maestri, 62, é historiador. E-mail: maestri@via_rs.net
Retirado do jornal "Pravda.ru".
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Não está azedo, está amargo!
Faz alguns dias que vejo num restaurante um senhor falar: não esta azedo, esta é amargo. Ele se referia ao suco de laranja. Às vezes a laranja é tão verde que nem aumentando a quantidade de açúcar resolve. Embora que a história do azedo e amargo ficou em minha cabeça. E hoje vos digo que lidamos com laranjas super verdes e tentamos salvar com açúcar. Na política não é muito diferente. Um exemplo é o caso Bin Laden. Só aos EUA interessaria uma noticia dessa nesse contexto. Contexto em que Obama vai mal, que a economia fraqueja, que as eleições presidenciais se aproximam e que só mexendo no sentimental da população para aumentar a popularidade. Já que criar um patriotismo esta difícil para aquele país.
Vivo ou morto, Bin Laden é hoje uma exagerada dosagem de açúcar no suco dos estadunidenses. E no Brasil? Estamos azedos ou amargos? Doravante, o produto doce continua enchendo copos por aqui, senão jarras. Nós queremos construir política com laranjas verdes ou com suco exprimido há uma semana. E por isso esse cenário vergonhoso. Vivemos ressuscitando nomes de políticos envolvidos em escândalos. Sobretudo convivemos com as mesmas políticas de velhos senhores. Por outro lado os eleitores não estão nem aí, dificilmente acompanham as eleições e geralmente votam nos mesmo candidatos. Cobrar depois é algo utópico na política brasileira. É preciso investir para que o voto seja uma escolha sensata e madura.
Dessa forma criar partidos é querer adoçar. Ou querer trocar de nome do partido. Trocar azul por vermelho é como trocar de camiseta sendo que o individuo continua sendo o mesmo. Nós vivemos uma democracia que só possui oposição e situação. Não se olha a laranja e se deseja aquele suco. Lidamos com sonhos azedos e propostas amargas. Onde as pessoas simples sustentam a velha máquina. Máquina institucional que utiliza-se de 80% do orçamento para manter o que possui. Faz de seus filhos trabalharem cinco meses de graça, para liquidar com os impostos. Transforma suas crianças em dependentes. E leva as mães e os pais a entregarem seu maior valor democrático por promessa de uma vida melhor. Por sonho de uma vida digna. Por esperança de uma vida mais doce.
Porém, a responsabilidade democrática começa em atos simples. O de ser justo, coerente e sobretudo saber respeitar. Embora que a sociedade vive a luta pelo respeito e esquece das demais lutas. Diferentemente as políticas publicas não são os motivos de passeatas, protestos e reuniões. Os bullying e os direitos de gêneros conquistam mais opiniões do que o valor do salário mínimo. Do que o aumento da cesta básica. Do que o aumento do combustível. A cada dia nos é dado sucos amargos e azedos para bebermos e nos iludimos com a promessa de açúcar concebido por governo e políticos. Ficamos contentes com o produto e esquecemos da qualidade. E se depender do atual governo, o tal suco concedido “gratuitamente” será cobrado por futuros impostos. Por fim, o país tropical transformou-se no paraíso artificial.
José de Souza Júnior - js_junior@yahoo.com.br
Vivo ou morto, Bin Laden é hoje uma exagerada dosagem de açúcar no suco dos estadunidenses. E no Brasil? Estamos azedos ou amargos? Doravante, o produto doce continua enchendo copos por aqui, senão jarras. Nós queremos construir política com laranjas verdes ou com suco exprimido há uma semana. E por isso esse cenário vergonhoso. Vivemos ressuscitando nomes de políticos envolvidos em escândalos. Sobretudo convivemos com as mesmas políticas de velhos senhores. Por outro lado os eleitores não estão nem aí, dificilmente acompanham as eleições e geralmente votam nos mesmo candidatos. Cobrar depois é algo utópico na política brasileira. É preciso investir para que o voto seja uma escolha sensata e madura.
Dessa forma criar partidos é querer adoçar. Ou querer trocar de nome do partido. Trocar azul por vermelho é como trocar de camiseta sendo que o individuo continua sendo o mesmo. Nós vivemos uma democracia que só possui oposição e situação. Não se olha a laranja e se deseja aquele suco. Lidamos com sonhos azedos e propostas amargas. Onde as pessoas simples sustentam a velha máquina. Máquina institucional que utiliza-se de 80% do orçamento para manter o que possui. Faz de seus filhos trabalharem cinco meses de graça, para liquidar com os impostos. Transforma suas crianças em dependentes. E leva as mães e os pais a entregarem seu maior valor democrático por promessa de uma vida melhor. Por sonho de uma vida digna. Por esperança de uma vida mais doce.
Porém, a responsabilidade democrática começa em atos simples. O de ser justo, coerente e sobretudo saber respeitar. Embora que a sociedade vive a luta pelo respeito e esquece das demais lutas. Diferentemente as políticas publicas não são os motivos de passeatas, protestos e reuniões. Os bullying e os direitos de gêneros conquistam mais opiniões do que o valor do salário mínimo. Do que o aumento da cesta básica. Do que o aumento do combustível. A cada dia nos é dado sucos amargos e azedos para bebermos e nos iludimos com a promessa de açúcar concebido por governo e políticos. Ficamos contentes com o produto e esquecemos da qualidade. E se depender do atual governo, o tal suco concedido “gratuitamente” será cobrado por futuros impostos. Por fim, o país tropical transformou-se no paraíso artificial.
José de Souza Júnior - js_junior@yahoo.com.br
domingo, 1 de maio de 2011
Tragédia de Realengo
25.04.2011
Pravda.ru
Duarte Pereira
O locutor William Bonner anunciou ontem à noite em tom dramático pelo Jornal Nacional, transmitido pela Rede Globo para todo o país, que o "homem" que assassinou "covardemente" alunas e alunos da escola carioca Tasso da Silveira mantinha contactos com um grupo "terrorista" supostamente islâmico, insinuando que esse grupo o poderia ter influenciado a planejar e executar o ataque sangrento à escola.
Era o que faltava. A Globo encontrou a linha ideal de investigação policial para tentar impedir qualquer discussão séria e abrangente sobre as causas que levaram à tragédia de Realengo e para deslocar as responsabilidades por essa tragédia da direita para a esquerda do espectro político.
Nada de falar na esquizofrenia do jovem Wellington de Oliveira, nem na falta de apoio e tratamento que agravou sua enfermidade. Nada de recordar as perseguições e humilhações que sofreu quando era aluno da escola atacada. Nada de mencionar as informações sobre armas e massacres que podem ser acessadas facilmente na internet. Nada de aludir à cultura de individualismo, competição e insensibilidade disseminada pelo capitalismo contemporâneo. Nada de referir-se aos filmes, jogos e exemplos de truculência e crueldade que vêm dos Estados Unidos e das outras potências imperialistas. A grande questão passou a ser, para a Globo, os contactos de Wellington com um alegado grupo "terrorista", que pode nem ser real, mas criado pela imaginação doentia do jovem.
Acresce que, para os monopólios capitalistas de informação como a Globo, a palavra "terrorismo" abarca tanto os atos de terror propriamente ditos e as organizações que os praticam, quanto a resistência armada de povos oprimidos, como o palestino. Em contrapartida, para esses monopólios da informação, Estados, Exércitos e partidos como os de Israel e dos Estados Unidos, que bombardeiam e devastam outros países e assassinam seletivamente seus líderes, não praticam o terrorismo. Assim, ao tentar envolver um suposto grupo "terrorista" nos atos tresloucados do jovem Wellington, a Globo busca comprometer setores que a população costuma considerar de esquerda no massacre justificadamente repudiado.
No esforço para montar essa versão tendenciosa, a Globo não se constrangeu sequer com uma objeção de simples bom senso: por que algum grupo terrorista, de direita ou de esquerda, teria interesse em insuflar um ataque a modesta escola municipal de bairro periférico do Rio de Janeiro?
Para revestir de alguma credibilidade a insinuação feita, o Jornal Nacional ouviu o ministro da Justiça que se prestou a declarar que a Polícia Federal apoiará todas as linhas de investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, inclusive a do alegado envolvimento de grupo "terrorista" com as maquinações do jovem Wellington de Oliveira. O que não consegue a poderosa Globo?
Duarte Pereira é jornalista e escritor, antigo membro da direção nacional da Ação Popular
Retirado do site: "Pravda".
Pravda.ru
Duarte Pereira
O locutor William Bonner anunciou ontem à noite em tom dramático pelo Jornal Nacional, transmitido pela Rede Globo para todo o país, que o "homem" que assassinou "covardemente" alunas e alunos da escola carioca Tasso da Silveira mantinha contactos com um grupo "terrorista" supostamente islâmico, insinuando que esse grupo o poderia ter influenciado a planejar e executar o ataque sangrento à escola.
Era o que faltava. A Globo encontrou a linha ideal de investigação policial para tentar impedir qualquer discussão séria e abrangente sobre as causas que levaram à tragédia de Realengo e para deslocar as responsabilidades por essa tragédia da direita para a esquerda do espectro político.
Nada de falar na esquizofrenia do jovem Wellington de Oliveira, nem na falta de apoio e tratamento que agravou sua enfermidade. Nada de recordar as perseguições e humilhações que sofreu quando era aluno da escola atacada. Nada de mencionar as informações sobre armas e massacres que podem ser acessadas facilmente na internet. Nada de aludir à cultura de individualismo, competição e insensibilidade disseminada pelo capitalismo contemporâneo. Nada de referir-se aos filmes, jogos e exemplos de truculência e crueldade que vêm dos Estados Unidos e das outras potências imperialistas. A grande questão passou a ser, para a Globo, os contactos de Wellington com um alegado grupo "terrorista", que pode nem ser real, mas criado pela imaginação doentia do jovem.
Acresce que, para os monopólios capitalistas de informação como a Globo, a palavra "terrorismo" abarca tanto os atos de terror propriamente ditos e as organizações que os praticam, quanto a resistência armada de povos oprimidos, como o palestino. Em contrapartida, para esses monopólios da informação, Estados, Exércitos e partidos como os de Israel e dos Estados Unidos, que bombardeiam e devastam outros países e assassinam seletivamente seus líderes, não praticam o terrorismo. Assim, ao tentar envolver um suposto grupo "terrorista" nos atos tresloucados do jovem Wellington, a Globo busca comprometer setores que a população costuma considerar de esquerda no massacre justificadamente repudiado.
No esforço para montar essa versão tendenciosa, a Globo não se constrangeu sequer com uma objeção de simples bom senso: por que algum grupo terrorista, de direita ou de esquerda, teria interesse em insuflar um ataque a modesta escola municipal de bairro periférico do Rio de Janeiro?
Para revestir de alguma credibilidade a insinuação feita, o Jornal Nacional ouviu o ministro da Justiça que se prestou a declarar que a Polícia Federal apoiará todas as linhas de investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, inclusive a do alegado envolvimento de grupo "terrorista" com as maquinações do jovem Wellington de Oliveira. O que não consegue a poderosa Globo?
Duarte Pereira é jornalista e escritor, antigo membro da direção nacional da Ação Popular
Retirado do site: "Pravda".
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