segunda-feira, 9 de maio de 2011
Roger Abdelmassih usa habeas corpus de Gilmar Mendes para fugir do país
O médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão, pode ter aproveitado o habeas corpus concedido no Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com parecer favorável do ministro Gilmar Mendes, e fugido do país. Abdelmassih foi julgado culpado por estupros em série às suas vítimas, mas não respondeu ainda às acusações de manipulação genética. Considerado como foragido há duas semanas, Roger Abdelmassih deixou a prisão em 2009, por força da medida acatada na Suprema Corte do país.
As investigações acerca dos crimes cometidos por Abdelmassih começaram em 2008, quando ex-pacientes procuraram um grupo especial do Ministério Público para denunciar os crimes sexuais cometidos pelo médico, que estuprou e violentou mulheres com idades entre 30 e 45 anos, de vários Estados do país. Mais de 200 pessoas foram ouvidas no processo. Entre elas, 130 testemunhas de defesa e 35 mulheres que relataram os ataques sexuais de Abdelmassih na clínica mantida em uma região nobre da capital paulista. Algumas afirmam ter sofrido abusos sexuais mais de uma vez. Roger Abdelmassih chegou a ficar preso durante um curto período, entre 17 de agosto a 24 de dezembro de 2009, quando foi beneficiado por um gesto do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que lhe concedeu o direito de responder o processo em liberdade.
Outro habeas corpus famoso é o do ministro Marco Aurélio de Mello, que liberou o banqueiro Salvatore Caciolla e, em seguida, disse que Caciolla tinha mesmo todo o direito de fugir para a Itália. Caciolla, no entanto, foi preso novamente, no principado de Mônaco, por pressão do delegado Romeu Tuma Jr., que à época ocupava um posto de destaque no Ministério da Justiça.
Um dos países para o qual Abdelmassih pode ter fugido é o Líbano, que não mantêm laços diplomáticos com o Brasil suficientes para garantir a extradição do condenado. Dono de uma fortuna relevante, Rober Abdelmassih tem origens libanesas e dispõe de recursos suficientes para montar uma rede de proteção nos meios governamentais daquele país.
Retirado do jornal: "Correio do Brasil".
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