quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não está azedo, está amargo!

Faz alguns dias que vejo num restaurante um senhor falar: não esta azedo, esta é amargo. Ele se referia ao suco de laranja. Às vezes a laranja é tão verde que nem aumentando a quantidade de açúcar resolve. Embora que a história do azedo e amargo ficou em minha cabeça. E hoje vos digo que lidamos com laranjas super verdes e tentamos salvar com açúcar. Na política não é muito diferente. Um exemplo é o caso Bin Laden. Só aos EUA interessaria uma noticia dessa nesse contexto. Contexto em que Obama vai mal, que a economia fraqueja, que as eleições presidenciais se aproximam e que só mexendo no sentimental da população para aumentar a popularidade. Já que criar um patriotismo esta difícil para aquele país.
Vivo ou morto, Bin Laden é hoje uma exagerada dosagem de açúcar no suco dos estadunidenses. E no Brasil? Estamos azedos ou amargos? Doravante, o produto doce continua enchendo copos por aqui, senão jarras. Nós queremos construir política com laranjas verdes ou com suco exprimido há uma semana. E por isso esse cenário vergonhoso. Vivemos ressuscitando nomes de políticos envolvidos em escândalos. Sobretudo convivemos com as mesmas políticas de velhos senhores. Por outro lado os eleitores não estão nem aí, dificilmente acompanham as eleições e geralmente votam nos mesmo candidatos. Cobrar depois é algo utópico na política brasileira. É preciso investir para que o voto seja uma escolha sensata e madura.
Dessa forma criar partidos é querer adoçar. Ou querer trocar de nome do partido. Trocar azul por vermelho é como trocar de camiseta sendo que o individuo continua sendo o mesmo. Nós vivemos uma democracia que só possui oposição e situação. Não se olha a laranja e se deseja aquele suco. Lidamos com sonhos azedos e propostas amargas. Onde as pessoas simples sustentam a velha máquina. Máquina institucional que utiliza-se de 80% do orçamento para manter o que possui. Faz de seus filhos trabalharem cinco meses de graça, para liquidar com os impostos. Transforma suas crianças em dependentes. E leva as mães e os pais a entregarem seu maior valor democrático por promessa de uma vida melhor. Por sonho de uma vida digna. Por esperança de uma vida mais doce.
Porém, a responsabilidade democrática começa em atos simples. O de ser justo, coerente e sobretudo saber respeitar. Embora que a sociedade vive a luta pelo respeito e esquece das demais lutas. Diferentemente as políticas publicas não são os motivos de passeatas, protestos e reuniões. Os bullying e os direitos de gêneros conquistam mais opiniões do que o valor do salário mínimo. Do que o aumento da cesta básica. Do que o aumento do combustível. A cada dia nos é dado sucos amargos e azedos para bebermos e nos iludimos com a promessa de açúcar concebido por governo e políticos. Ficamos contentes com o produto e esquecemos da qualidade. E se depender do atual governo, o tal suco concedido “gratuitamente” será cobrado por futuros impostos. Por fim, o país tropical transformou-se no paraíso artificial.

José de Souza Júnior - js_junior@yahoo.com.br

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