
O brasileiro é honesto? Quando Maradona usou a mão numa Copa do Mundo para fazer um gol, todos foram unânimes aqui no Brasil em rechaçá-lo, xingá-lo e odiá-lo. Quando Henry classificou a França ajeitando uma bola com a mão, todos condenaram a atitude, chamando-o de desonesto.
Entretanto, no domingo passado, quando Luis Fabiano levou a bola escandalosamente no braço até fazer um gol, pronto, aí tudo mudou! Como num passe de mágica o brasileiro viu-se à frente, mais uma vez, não de um ato desonesto ou irregular. Não foram as mãos fabulosas, “foi o braço divino”, como quiseram justificar.
Correu-se logo a acudi-lo. Boa parte dos comentaristas fixou como ponto principal da partida a expulsão de Kaká. Quanto ao gol irregular de Luiz Fabiano - o mais importante – muitos disseram que o que importava era ganhar.
Tenho muita curiosidade de imaginar como reagiriam nossos torcedores em geral se, tendo chegado à final da Copa, o Brasil fosse derrotado por um gol de mão - feito pelo Verón e validado pelo juiz com um sorriso compreensivo! Aí sim poderíamos conhecer o espírito democrático e o senso de justiça desses que, hoje, recorrem aos mais estapafúrdios argumentos (sempre temperados com pitadinhas de bom humor) para justificar uma vitória conquistada com a ajuda da ilegalidade.
O problema deste pensamento é que entre ditar regras e dar exemplos, justamente os exemplos têm muito mais força na formação do ser humano. Desde criança aprendemos por imitação, e assim continuamos durante a vida, nas mais diversas situações. Pais influenciam os filhos, professores os seus alunos e pessoas com projeção na sociedade, principalmente em cargos diretivos, influenciam seus subordinados.
As pessoas fazem o que seus paradigmas fazem, e não o que eles dizem para ser feito.
O jeitinho brasileiro, o mau exemplo e o culto à esperteza parecem onipresentes na cultura nacional. Há necessidade de se repensar muitos valores para as próximas gerações.
Guilherme Dettmer Drago - Advogado (OAB/RS nº 52.242)
guilhermedrago@bol.com.br
Fonte: Espaço Vital
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Uma vez um colega me falou:"Ética existe deste que não entre na minha casas..."
Quer dizer: Aplicar a moral e a ética, é da minha casa para fora. Dentro da minha casa, tenho que safar os meus, a moral e a ética que se danem...
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