domingo, 11 de abril de 2010

Tragedia Anunciada


Fico ouvindo e vendo as imagens da tragédia no Rio de Janeiro e não posso esconder minha indignação.
Todos os anos as manchetes de jornais, revistas, rádios e emissoras de televisão são as mesmas: “TRAGEDIA ANUNCIADA”.
Trabalhadores incansáveis, pagos ou voluntários se desdobram para salvar vidas.
Famílias inteiras são levadas pela lama e pela inércia dos donos do poder que nunca investem em obras para resolver o problema dos pobres.
E os pobres de mostram solidários.
E os pobres choram suas dores na frente das câmeras de televisão que parecem gostar da tragédia e alguns repórteres fazem perguntas idiotas tentando arrancar um depoimento mais doído para aumentar pontos no ibope.

E o que fazem os políticos.
A maioria nem sequer toma conhecimento, afinal, moram em mansões que não correm perigo de desabar, em sua grande maioria, construída com o dinheiro roubado dos cofres públicos e que poderia ter sido investido para evitar tanto sofrimento.

E eles precisam dos pobres somente de quatro em quatro anos.
O prefeito e o governador quase sempre visitam o local e prometem que naquele local isto nunca mais vai acontecer e que vão resolver os problemas das vitimas.
Balela.
Porque a imprensa não procura os atingidos das tragédias anteriores para verificar se a vida de quem sofreu alguma perda foi amenizada? Se deixaram de morar em área de risco, se o governo providenciou uma moradia digna para todos os desabrigados?
Tenho certeza absoluta que os “herdeiros” das desgraças passadas continuam sofrendo suas perdas até hoje.
Pergunte aos pobres de Angra do Reis que foram atingidos, se alguma coisa mudou?
O grande problema do nosso país é que o povo tem memória curta.
As tragédias são facilmente esquecidas.
Em julho, todos estarão com os olhos e ouvidos na África.
Estarão vibrando com as jogadas dos bilionários da bola, que em sua grande maioria jogam apenas pelo dinheiro, e quando perdem um pênalti na final de um campeonato, simplesmente diz que lamenta e que é coisa do futebol.
E daqui as dois anos a cidade da tragédia e o estado dos deslizamentos será a “cidade das olimpíadas”.
Eu estarei torcendo para que o brasil não passe da primeira fase.
Eu continuarei escrevendo que sou contra a olimpíada no brasil.
Eu continuarei escrevendo que sou contra a copa do mundo no brasil.
Se estes dois eventos fossem lucrativos para o país sede, com certeza não seriam disputados em paises do terceiro mundo.
Que é lucrativo para alguém não resta a menor duvida.
Dois eventos que serão realizados para a elite que não está nem aí para o sofrimento dos pobres.
O que mais me irrita nestes eventos são os chamados Voluntários.
Pobres que se sujeitam a trabalhar de graça enquanto uma minoria rouba o dinheiro das obras superfaturadas.
Um assalariado terá dinheiro para assistir os jogos?
Poderá faltar ao trabalho para ver o espetáculo de ricos?
Porque nos asilos os voluntários não aparecem?
Enquanto a maior parte da população, os pobres, não conhecerem sua força e nas urnas fizerem uma mudança geral no Congresso Nacional, pouca coisa vai mudar neste país.
Enquanto famílias de políticos sacanas continuarem tendo seus sobrenomes no cenário nacional, o nosso país vai continuar sendo de terceiro mundo para os “filhos desta pátria, mãe gentil” e de primeiro mundo para uma minoria que sabe como ninguém manipular a vontade da massa votante.
É preciso eleger deputados e senadores que nunca tiveram um mandato. Se for mais um ladrão, pelo menos, levará algum tempo antes de se tornar profissional como os atuais.
Faço questão deixar bem claro, existem as exceções.
Na disputa presidencial, sou a favor da continuidade do projeto atual, apesar dos erros e dos conchavos que se faz para governar, não vejo motivos para mudar.
Não podemos deixar os herdeiros da era FHC voltar ao poder.
Se isto acontecer será uma outra grande TRAGEDIA ANUNCIADA.

Escrito por Geralda Estáquio Ribeiro

Eu digo ainda mais, não devemos votar em ninguém, pois os partidos políticos já trazem pessoas viciadas ao erro.

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