sábado, 29 de maio de 2010

O país do futebol

Estamos perto das paixões, emoções, abraços, cerveja e cachaça, família e amigos reunidos em torno da televisão, a torcer pelo Brasil na Copa 2010, na África do Sul.

Nossos melhores narradores e comentaristas vão assistir de tribuna privilegiada. Nelson Rodrigues, João Saldanha, Armando Barcelos... São tantos!

Quantas Copas gloriosas. Lembro a de 58, na Suécia. Era muito pequeno, mas a euforia dos meus pais e dos vizinhos contaminava. Julinha – como eu gosto hoje de tratar minha falecida mãe e Jorge, este entendido na arte, foi um bom goleiro, meu pai – que só ouvia depois de dois uísques, falavam o tempo todo.

Dizem que mulher não entende nada de futebol. Mentira! Minha mãe, só com a narração de Luiz Mendes, fazia comentários que na época não entendia bem. Todos certos. Tinha quatro irmãos homens.

Fato maravilhoso! Toda a seleção brasileira era de craques. Só para dar um exemplo, Garrincha e Pelé jogavam no ataque! Os maiores jogadores que o mundo já conheceu massacrando qualquer defesa. A única que não foi goleada colocou os onze jogadores dentro do gol. País de Gales, 1x0 Brasil.

Chutou tanto que uma teria que entrar. O então menino magrinho, pretinho, por nome Edson Arantes do Nascimento, com apenas dezessete anos de idade surgia como um novo nome. Ainda não era um ‘doutor’ Didi, ou Newton Santos. Mas começava a sua carreira de Rei. Rei dos gramados, senhor absoluto dentro de um campo verde, e figura respeitável fora dele.

Final: Brasil x Suécia, a dona da casa. Trouxemos a Jules Rimet, goleada de 5x2.

Quatro anos depois, no Chile. O famoso caneco é levantado ao povo pelo zagueiro Mauro, repetindo Bellini, na Suécia.

Uma vez mais Pelé justificou seu título, no México. A única seleção que nos enfrentou foi a inglesa, com o goleiro Gordon Banks defendendo uma cabeçada para o chão, dada pelo Rei e considerada mortal. Perdeu por apenas um gol. As outras foram atropeladas.

E a poesia, onde fica? Garrincha comprou um rádio de pilhas na Suécia.

Reclamou com o ‘compadre’ Newton que a miséria só falava uma língua estranha, fora trapaceado pelo vendedor. A ‘Enciclopédia’, para aliviar o mal do amigo, ficou e pagou o preço do rádio. Quando sobrevoavam o Rio, na volta, Newton mostrou ao seu eterno protegido. “Ficou bom, Mané. Escuta só”! E a voz brasileira fez-se ouvir. Garrincha devolveu o dinheiro pago pelo amigo.

Era absolutamente ignorante, mas não desonesto.

Jorge Cortás Sader Filho é escritor

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Avião americano atinge seis vezes a velocidade do som em teste no Pacífico

A Força Aérea dos EUA anunciou nesta quinta (27) ter tido sucesso no teste do avião hipersônico X-51A, realizado anteontem.

A nave, que levantou voo acoplada a um avião B-52, foi solta sobre o Oceano Pacífico na costa da Califórnia.

O motor do X-51A entrou em funcionamento em seguida e acelerou a nave até cerca de seis vezes a velocidade do som (a velocidade do som é de 1.224 km/h).

O voo durou mais de 200 segundos, o maior período de voo hipersônico atingido até o momento. O recorde anterior era do veículo X-43 da Nasa, que voou por 12 segundos. Após o voo hipersônico o avião espatifou-se no Pacífico.

A expectativa era a de que o X-51A conseguisse manter-se em velocidades hipersônicas por até 300 segundos. Apesar de não atingir as expectativas, o teste foi considerado um sucesso pela Força Aérea.

A Força Aérea planeja realizar mais três voos. O próximo será realizado no ano que vem.

sábado, 22 de maio de 2010

Feliz dia do abraço!


Joana, desejo a você e todos os meus amigos, um grande abraço...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Remuneração dos militares


MILITARES DESCOBREM O MOTIVO DE ESTAREM GANHANDO MUITO MENOS DO QUE TODAS AS OUTRAS CARREIRAS DE ESTADO E CORREM PARA JUSTIÇA PARA OBTEREM REVISÃO JUDICIAL DE SEUS VENCIMENTOS.



Parece incrível, mas é verdade: os militares são os verdadeiros responsáveis por seus ridículos vencimentos atuais... Muito embora os militares mais antigos atribuam seus baixos salários a revanchismo dos governos civis pós-governos militares, tal afirmativa não se confirma a um simples exame dos atos oficiais que, nos últimos 20 (vinte) anos, reajustaram os salários dos militares.


Se os militares, leia-se, os extintos ESTADO MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS, e os MINISTÉRIOS MILITARES, tivessem aplicado corretamente as legislações que os civis
votaram e aprovaram, a saber, as Leis nº 7..723, de 6 de janeiro de 1989 e n0 7.293, de 12 de dezembro de 1989, jamais teriam seus vencimentos reduzidos ilegalmente pela Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991.



No entanto, visando manter os oficiais generais das três forças recebendo altas porcentagens de gratificações e indenizações que incidiam sobre o soldo, remuneração básica, em vez de aplicar corretamente a Lei, reduzindo os vencimentos finais, o EMFA e os MINISTÉRIOS MILITARES decidiram, AO ARREPIO DA LEI, reduzir o valor legal do soldo, fixado pela Lei 7.723/89, e posteriormente reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça, criando uma FICÇÃO que chamaram "soldo
ajustado".


Com isso, os oficiais generais puderam continuar a receber altos percentuais de gratificação es e indenizações sobre um soldo legal reduzido, a que chamaram de "soldo ajustado", sem ultrapassar o limite constitucional.


No entanto, as mais baixas patentes de oficiais, e os praças, principalmente, tiveram reduções altíssimas em seus vencimentos finais, pois não recebiam os mesmos percentuais de gratificações e indenizações que os oficiais generais.


Só que, o que qualquer matemático poderia prever com alguns poucos cálculos, os chefes militares daquela época não previram: com o tempo, com reajustes diferenciados para civis e militares, os oficiais generais acabaram por sentir na pele que aquela que temporariamente foi uma solução que lhes atendeu, no final também lhes atingiu negativamente, vindo a reduzir também os seus vencimentos.


Tivessem aplicado a Lei corretamente, e a favor de todos, os salários dos militares estariam, atualmente, equiparados aos do Judiciário, pois o Almirante de Esquadra, topo da tabela de escalonamento vertical dos soldos dos militares das três forças armadas teria como soldo, remuneração básica, o valor de R$ 19.150,00 (dezenove mil cento e cinquenta reais), sobre os quais incidiriam gratificações e indenizações suficientes para equiparar os vencimentos finais desse posto aos subsídios do Ministro do Supremo Tribunal Federal, atual limite
constitucional.


Este é o argumento para as ações que, em breve, estarão abarrotando os cartórios da Justiça Federal. Como o STJ já reconheceu o direito, espera-se que o Governo Federal repita a mesma atitude que teve com relação aos 28,86% de aumento inicialmente concedidos aos militares e, posteriormente, reconhecidos como direito também dos civis.


O fundamento é o mesmo, pois a Lei 8.162/91, além de reduzir (o que é inconstitucional) a remuneração básica dos militares fixado pela lei 7.723/89 em patamar muito maior, concedeu aos servidores civis um reajuste de 81% (?!) de aumento que, na prática, não foi concedido aos militares.


Estima-se que mais de três milhões de ações aportem ao Judiciário, haja vista que o benefício atinge os militares da ativa, os militares da reserva remunerada, os pensionistas de militares, os reservistas que tenham servido às Forças Armadas e sido licenciados nos últimos cinco anos, e os herdeiros de todos estes beneficiários, caso o titular do direito tenha falecido.


Diz um velho ditado da caserna que "A ARMA QUE MATA O SARGENTO TEM DIVISAS NO CANO".


O ditado nunca foi tão bem aplicado a uma situação. Mas caberia melhor dizer que o maior inimigo do militar é ele mesmo.


Agora, como deve prevalecer o princípio da ISONOMIA, a justiça, para evitar a enxorrada de ações, deverá aplicá-la, dando direito a TODOS sem a necessidade de entar com ações individuais ou em grupos. AGUARDEMOS !!


OBS: Aqueles que me conhecem, sabem que eu sempre disse:

A INCOPETÊNCIA DOS MILITARES DO PASSADO, NOS DEIXARAM ASSIM!!!

Aos puxa-sacos (CHALEIRAS), que continuem PENDURADOS NOS SACOS DAS “OTORIDADES”

Caserna de luxo

E o resto da tropa?

Caserna de luxo

Num dos bairros mais caros do País, o Exército vai construir condomínio de luxo para um seleto grupo de generais e cobrar preços camaradas


TERRA CARA

A área onde o prédio será construído tem preço
médio de R$ 10 mil o metro quadrado

Um grupo de generais reuniu-se, há duas semanas, em Brasília, para discutir um tema sigiloso. Nada a ver com eventuais ameaças à segurança nacional. Estavam ali para tratar de negócios privados. Mais especificamente da construção de apartamentos de luxo no recém- criado Setor Habitacional Noroeste, um dos bairros mais caros do País. Ali, qualquer empreendimento não sai por menos de R$ 10 mil o metro quadrado, média mais alta do que a de bairros ricos, como os Jardins, em São Paulo. Mas esses oficiais pagarão pelos imóveis a metade do preço de mercado. Contarão com financiamento em condições privilegiadas e ainda poderão faturar alto com a venda dos apartamentos por mais que o dobro do valor de compra – segundo projeções do próprio mercado imobiliário. Um negócio para camaradas.

Quem está à frente do projeto é um general reformado, o presidente da Fundação Habitacional do Exército (FHE), Clóvis Burmann, que ocupa há 14 anos o cargo. A transação está gerando polêmica nas Forças Armadas, principalmente pelo sigilo com que vem sendo tratada. “Qualquer investimento deve ser debatido em assembleia convocada em diário oficial, o que não ocorreu. Ninguém sabia desse edifício no Noroeste”, reclama o presidente da Cooperativa Habitacional dos Militares das Forças Armadas (Coohamfa), Tiago Pereira da Silva.

CONFORTO

O comandante da FAB, Juniti Saito, pretende comprar um dos apartamentos

De fato, apenas alguns generais de quatro estrelas foram convidados por Burmann para “investir” no projeto. Fontes militares confirmaram à ISTOÉ que foi fechada uma lista de 48 nomes, dentre os quais estariam militares de alta patente da reserva e, principalmente, da ativa. O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, foi um dos convidados a integrar o seleto grupo de investidores e, de acordo com a assessoria de imprensa da FAB, o brigadeiro está analisando o projeto e pretende adquirir uma unidade. A FHE, no entanto, não informa quem são os outros militares que, como Saito, estão prestes a fechar o negócio. “Não podemos dizer quem são os investidores porque o projeto ainda não foi lançado oficialmente”, alega o diretor de crédito imobiliário da Poupex (Associação de Poupança e Empréstimo), José de Castro Neves Soares. A Poupex, segundo Soares, é uma instituição financeira de crédito imobiliário, “que capta recursos de poupança junto ao público em geral e é gerida pela Fundação Habitacional do Exército”. O presidente da Poupex é o mesmo general reformado Clóvis Burmann, da FHE. Ele não vê conflito de interesses no caso.

O prédio da FHE no Noroeste terá seis andares, conforme o padrão brasiliense, e apartamentos de 120 a 180 metros de área útil, com acabamento de primeira, lazer integrado e “tecnologia ecológica”, como aquecimento solar, reaproveitamento de água e pré-tratamento de esgoto. Em uma das reuniões dos militares que entraram no negócio, um oficial chegou a sugerir a construção de uma piscina olímpica no condomínio. Mas foi dissuadido pelo arquiteto, que, para não encarecer o projeto, sugeriu uma piscina mais modesta, com 25 metros de extensão. O preço dos apartamentos do futuro edifício, que ganhou o apelido de “paraíso dos generais”, deve girar em torno dos R$ 5 mil o metro quadrado. “Nosso preço é mais baixo porque não incluímos a margem de lucro do incorporador”, afirma Soares. A explicação, no entanto, não convence o presidente da Associação do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi), Adalberto Valadão. “Ninguém consegue comprar, construir e vender um imóvel no Noroeste a R$ 5 mil o metro quadrado. Não conheço a situação da Poupex, mas acho que tem coisa aí”, diz Valadão. Só o terreno em que será erguido o empreendimento custou R$ 11 milhões.

Para o procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsico, é preciso saber se o imóvel está sendo subsidiado com recursos públicos. De acordo com a Lei 6.855 de 1980, a Fundação Habitacional do Exército é abastecida com recursos do Orçamento da União e contribuições de militares. “Se os recursos públicos estão sendo repassados para a fundação e de alguma forma concorreram para a construção desse imóvel com preço abaixo do mercado, pode ficar caracterizada remuneração indireta”, diz o procurador. Já o presidente da Coohamfa considera o privilégio dado aos oficiais “imoral e ilegal”. “A lei que rege a Fundação Habitacional do Exército é clara. Os programas habitacionais devem priorizar os militares de baixa renda. Mas nunca sai nada”, afirma Tiago Pereira da Silva. O diretor da Poupex, por sua parte, diz que em Brasília a FHE não dispõe de imóveis para baixa renda, mas alega que está construindo apartamentos para a classe média num terreno próximo à cidade-satélite de Águas Claras. O empreendimento é feito em parceria com a construtora Paulo Octavio e terá apartamentos com preços entre R$ 300 mil e R$ 700 mil.


O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.
Martin Luther King

domingo, 16 de maio de 2010

Conta Alta

Essa é mais uma conta salgada que o Pinóquio retirante e seu séquito de sanguessugas irão nos fazer pagar. Na calada da noite o Executivo ganhou mais um round na tentativa de ver aprovado no Congresso Nacional um projeto que multiplica por três o valor que o Brasil deve pagar ao Paraguai pela compra do excedente de energia elétrica de Itaipu. Encaminhada inicialmente como uma Mensagem, a proposta foi aprovada na semana passada pelos parlamentares brasileiros no Parlamento do Mercosul. Em seguida foi encaminhada às Comissões da Câmara, onde está identificada como Projeto de Decreto Legislativo (PDC 2600/10).

URGÊNCIA

O projeto tramita em caráter de urgência. Ou seja, dispensa algumas exigências, prazos ou formalidades regimentais.A proposta é mais uma polêmica que envolve o Tratado de Itaipu criado em 1973 e atende aos anseios do presidente paraguaio Fernando Lugo, que teve a revisão do acordo binacional como bandeira de campanha eleitoral. Segundo estimativa de integrantes da base do governo, o pagamento anual feito ao país vizinho a título de cessão de energia passará de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões. O fator de multiplicação da remuneração passará de 5,1 para 15,3. A relatora do projeto, que legisla em causa própria é o petralha Dr.Rosinha que defende o aumento dos repasses.

Estas pessoas não tem coração. Como podem fazer isto com o povo, enquanto isso, nos hospitais várias crianças morrem por causa de falta de medicamentos,...
Estas pessoas tem que serem tratadas no mundo espiritual como GENOCIDAS.

Manobra Eleitoral

Mais uma vez o Tribunal Superior Eleitoral nos presta um tremendo desserviço. De acordo com o líder do "des" governo" Lula na Câmara dos Deputados, deputado federal Cândido Vaccarezza, o entendimento do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, sobre o projeto ficha limpa é o de que a proposta não valerá para as eleições deste ano. Vale lembrar que o projeto vedaria de imediato o registro da candidatura de políticos com problemas com a Justiça. Se a banda boa da Câmara conseguir que a tramitação na Câmara e no Senado seja concluída até junho, antes das convenções partidárias, o projeto poderá valer para o pleito de outubro. Isso tudo é um tremendo jogo de cartas marcadas.

Por isso olhem só a cara, a alegria retumbante dos homens da lei. A probidade, a integridade, a dignidade estampada em cada um deles. Mas é uma emoção só! Como é perfeita a criação (de porcos?). Se estivessem em Florianópolis, a boate Bocarra iria faturar pro ano inteiro. Mamãe, mamãe, quero sê deputado.....

A crise e a pobreza


Este texto é de Portugal. Veja que lá também tem estas campanhas assitencialistas...

por Carlos Carvalhas [*]

Esta crise internacional torna mais presente a dramática situação da pobreza [1] . Os milhões de cidadãos sem emprego, o encerramento de empresas deixando trabalhadores de meia idade sem esperança, as sopas dos pobres e as diversas manifestações de caridade, colocam a questão nos noticiários e na ordem do dia. Talvez por isso se tenha decidido instituir o ano de 2010, como "Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social". Objectivamente é uma forma de mostrar preocupação com esta chaga social desviando as atenções das medidas que a promovem. Na verdade, com a política monetária e cambial do BCE ao serviço do Directório das grandes potências e designadamente da Alemanha, e com as exigências do Pacto de Estabilidade o que vamos ter é o prolongamento das dificuldades económicas, mais desemprego, mais problemas sociais e mais pobreza.

Mas se a crise torna mais presente a chaga da pobreza, a questão que se tem de colocar é por que razão, mesmo nos períodos de pujança económica e mesmo nos países mais desenvolvidos, que nunca foram colónias, mas sim colonizadores, as bolsas de pobreza nunca deixaram de ter significado?

E por que razão as meritórias acções de caridade e assistencialistas nunca resolveram o problema? Não será porque a pobreza é inerente a um sistema baseado na exploração e no imperativo do lucro, na acumulação, nas políticas de concentração da riqueza com a consequente perda de poder de compra das camadas médias, da classe operária e a extensão do cortejo dos pobres quer se lhes chame excluídos ou marginalizados!

Sabemos que se considera haver várias formas de pobreza e vários factores que as determinam. Mas fora do quadro da guerra e de cataclismos o principal factor reside nas baixas pensões da Segurança Social e das Companhias de Seguros aos acidentados, nos baixos salários que são as baixas pensões de amanhã e nas políticas designadamente fiscais e orçamentais que promovem a polarização da riqueza e a degradação dos serviços públicos.

E tudo isto é ainda mais chocante quando somos confrontados com os espectaculares avanços científicos e técnicos nos mais diversos domínios, que permitiam resolver os problemas básicos da humanidade, melhorar o nível e a qualidade da vida, reduzir os horários de trabalho, com muito mais espaço para as actividades culturais, lúdicas e de formação.

No entanto, o que vemos paralelamente aos espantosos e fulgurantes avanços científicos e técnicos é a intensificação do combate à redução e liquidação de direitos e regalias duramente conquistados!

Lembro que no nosso país ainda não há muito tempo houve quem pusesse em causa, a pretexto da situação económica do país, o direito às férias pagas!

A ofensiva contra os direitos e regalias, a ofensiva contra os salários e as pensões, o prolongamento dos horários de trabalho, a desregulação e o desmantelamento do "Estado social" desenvolveu-se com o afundamento da União Soviética e intensificou-se com a livre circulação de capitais.

O "Estado social" nos países capitalistas desenvolvidos foi criado pela luta dos trabalhadores e dos sindicatos numa correlação de forças em que pesou e muito, as conquistas e avanços sociais dos povos dos países do então chamado "socialismo real".

Com a "globalização" do sistema capitalista e as deslocalizações intensificou-se a ofensiva do capital levando à erosão do poder de compra de largas camadas da população e ao seu endividamento crescente, mesmo nos países mais desenvolvidos.

Foi-se criando uma situação em que não basta ter emprego para se deixar de ser pobre de tal maneira os salários têm sido esmagados – no nosso país 12% dos empregados vivem abaixo do limiar de pobreza; nem basta ter uma licenciatura para se ter um emprego ou um emprego qualificado – 100 mil licenciados exercem funções não qualificadas e 64 mil e trezentos encontravam-se desempregados (3.º trimestre de 2009). [2]

Para dar resposta às dificuldades de escoamento da produção face à diminuição do poder de compra das massas instituiu-se a política do crédito fácil. A ilusão do aumento do poder aquisitivo fez-se à custa do endividamento crescente dos cidadãos e das famílias, na maioria por muitos e longos anos. Nalguns casos foi mesmo o disfarce de situações de pobreza. Na base dos títulos de dívida, designadamente no imobiliário, gerou-se uma especulação fantástica que rebentou nos EUA com o aumento das taxas de juro e estendendo-se a praticamente todo o Planeta.

É a questão central das crises: a sobreacumulação, a sobreprodução em relação ao poder aquisitivo das massas, isto é, em relação à procura solvável.

E esta questão não se resolve com a caridade, nem com votos pios que se encontram nos diversos manifestos contra a pobreza, tais como: "o direito aos pobres de viver com dignidade e a participar activamente na sociedade"; "a responsabilidade partilhada e a participação no combate à pobreza e à exclusão"; "a coesão da sociedade aceitando a adversidade e as diferenças". Ainda recentemente o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) condenou em Fátima, (Público, 13 de Abril) as situações de "miséria escandalosa" que existem no país. Como Igreja afirmou: "temos de descobrir, reconhecer e libertar os pobres... precisamos de ir ao encontro daqueles que sofrem e oferecer-lhes uma dignidade superior à de um mero número estatístico". São boas palavras, mas o que os povos precisam é de direitos e de uma distribuição do Rendimento Nacional mais justa, pois não consta que a ameaça da não entrada no reinos dos céus, mais difícil do que o camelo passar no "dito" da agulha, tenha assustado ou modificado o comportamento dos poderosos.

Libertar os pobres sem questionar o modelo económico, sem questionar as políticas não nos parece possível.

Portugal é hoje o resultado da abdicação nacional face ao Directório das grandes potências na União Europeia e das políticas neoliberais dos governos do bloco central ao serviço dos grandes interesses assentes nas "teorias" do menos Estado, na diminuição da intervenção do Estado na economia, na privatização das empresas básicas e estratégicas, na privatização dos serviços públicos, na desregulação da legislação laboral. Políticas que tiveram e têm a sua expressão clara na distribuição do Rendimento Nacional. Nos anos de 1974/75 e 76 o peso dos salários no Rendimento Nacional ultrapassou os 50%, atingindo os 59,5% em 1975. Os últimos dados disponíveis (2006) mostram-nos que o seu peso era apenas de 40,6% ou seja, um valor inferior ao registado em 1973.

De acordo com o Eurostat somos também dos países em que é maior a diferença entre os 20% das famílias de maiores rendimentos e as dos mais baixos e se esta situação não se tem agravado mais deve-se à luta dos trabalhadores e à luta da CGTP, na subida do salário mínimo que beneficia centenas de milhares de trabalhadores (estima-se em 500 mil).

Paralelamente crescem as grandes fortunas, os lucros especulativos e a acumulação do capital financeiro. Os últimos dados disponíveis mostram que as 100 maiores fortunas detêm 1/5 da riqueza nacional (20%). E são estes mesmos e os seus representantes políticos na Assembleia da República e no Governo que afirmam que vivemos acima das nossas possibilidades, que não produzimos riqueza suficiente para aguentar o Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social, que temos de aumentar a competitividade pelos salários, que é necessário mais desregulação. Recentemente até apareceu um novo líder a defender o Estado fora dos negócios, associando negócios a negociatas lembrando a nomeação de figuras gradas do PS, cavalgando um sentimento de descrédito que existe na opinião pública. Está no fundo a defender mais e mais privatizações sem falar no seu nome! Talvez seja por não haver Estado suficiente nas empresas básicas e estratégicas que as administrações ignoraram displicentemente as recomendações do governo – para português ver – no sentido de limitarem os prémios e os ordenados escandalosos aos respectivos gestores. [3]

Também não nos falam das negociatas dos privados, nos offshores, ou sobre os casos do BCP, BPP e BPN, ou sobre as operações "Furacão" e outras... É que as "negociatas" dos privados, ao contrário das verificadas nas empresas públicas, só se sabem quando há casos de polícia, ou quando se zangam as comadres (BCP), ou quando estão perto da falência, BPP e BPN, este último recheado de figuras proeminentes do PSD! Nestes casos já se esquece a regulação pelo mercado, o "menos Estado" e pede-se a intervenção do Estado com o dinheiro dos contribuintes...

No entanto, estes são os mesmos que são capazes, nos discursos de circunstância, de verterem lágrimas pelos pobres com a mais refinada hipocrisia e até são capazes de nos lembrar que eles também têm coração! Com arritmias!!!

Também o governo do PS, no ano Europeu de luta contra a pobreza nos brindou com o PEC que vai reduzir ainda mais o poder de compra das camadas mais desfavorecidas, lançando mais uns milhares de famílias para a situação de pobreza, levando à prática uma política que objectivamente se pode definir com o slogan: os pobres que paguem a crise! E depois de apresentar a "bomba atómica" antisocial que é o PEC, o governo através da ministra da Solidariedade, apresentou na Assembleia da República um programa denominado "INOV Inclusão" que abrangerá 1 500 jovens no que designou fazer parte do programa contra a pobreza. É uma hipocrisia, uma espécie de "brioches para famintos" ao estilo Maria Antonieta. Lançam milhares e milhares de pessoas no desemprego e na pobreza e depois apresentam uns programazinhos de marketing político na tentativa de disfarçar a essência da sua política.

Camaradas,

É necessário uma política de ruptura com a política de direita, com o modelo neoliberal e uma política de afirmação nacional nesta União Europeia. Há outras soluções do que a cura pela regressão social e a austeridade!

A política neoliberal da União Europeia é a maior "fábrica" de pobreza. Com as suas políticas neoliberais lança milhões de trabalhadores no desemprego e na pobreza para depois aparecer também com umas medidazinhas assistencialistas atirando poeira aos olhos da opinião pública, como se dissessem: fazemos milhões de vítimas, mas temos um programa de aquisição de ambulâncias para o 112!

Não se combate a pobreza e a crise exigindo a aplicação dos critérios de Maastricht e designadamente a redução do défice a "mata cavalos" para satisfazer os interesses da Alemanha e a concepção do que já se designou do "euro marco"!

Neste quadro de crise tal política vai travar o crescimento económico, que é uma questão nuclear, prolongar o marasmo podendo inclusive criar condições de nova recessão, de deflação ou de estagno-inflação.

Não se vence a pobreza e a crise sem se combaterem drasticamente as especulações sobre as dívidas públicas. A atitude da União Europeia e muito especialmente a que teve em relação à Grécia é inaceitável. Até o especulador George Soros diz que os juros a que a Zona Euro está a exigir à Grécia apesar de serem os melhores dos mercados são consideravelmente elevados. (Jornal de Negócios, 16/04/2010) A solidariedade, a "coesão económica e social" são conceitos sem conteúdo. E num quadro destes mesmo para os fanáticos europeístas é de se colocar a questão: para que serve uma União Económica e Monetária se esta permite a especulação contra Estados membros e se esta admite Taxas de Juro diferentes para empréstimos obrigacionistas. Dizem-nos que são os mercados! Quais mercados? Os mercados são os Bancos, os tais que beneficiaram de empréstimos dos Orçamentos de Estado e do BCE quando estavam à beira da falência e que agora especulam com essas mesmas dívidas servindo-se das correias de transmissão ao seu serviço e ao serviço dos EUA e do dólar, que são as empresas de notação, "rating".

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou que é "paradoxal que as agências de "rating" tenham apelado a que os Estados ajudassem a economia e agora digam para estes saírem de cena rapidamente". (Jornal de Negócios, 07 de Abril/20010). Pois é, mas que consequências é que tira disto? Que posição é que toma perante a União Europeia e o BCE que tiveram o mesmo comportamento!

São milhões de euros que Portugal já está a pagar a mais pela especulação contra a sua dívida pública, com o beneplácito da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Isto é inaceitável, mesmo para as concepções neoliberais e mesmo para os que pactuam com uma Europa cada vez mais alemã!

Não se combate a pobreza nem se vence a crise com a liquidação de direitos e garantias aos trabalhadores, nem com um modelo económico assente nos baixos salários. As declarações do comissário para os Assuntos Europeus e financeiros Ohli Rehn, sobre o PEC português são não só erradas, como irresponsáveis. Os juros da dívida dispararam no dia em que este Comissário questionou o PEC, aliás em contradição ao que afirmou o Presidente da Comissão. (Jornal de Negócios, 15/Abril/2010). E a pergunta a fazer é o de saber quem paga a factura destas públicas declarações irresponsáveis.

A Comissão Europeia que aumentou os seus membros principescamente afirma também que Portugal deve adoptar políticas de forte contenção salarial de forma a ganhar competitividade.

É a defesa do aumento da competitividade à custa da diminuição dos salários reais, uma medida que se inscreve bem no Ano Europeu de luta contra a pobreza!!!

E a perda de competitividade pela valorização artificial do Euro? Sobre isto e sobre a política do BCE não há uma palavra?

O combate à pobreza passa também pelo desmascaramento destas posições políticas, mostrando a sua hipocrisia e pela luta ideológica, aos que dizendo-se preocupados em palavras com a pobreza e a situação social são, pelas medidas que defendem, exímios defensores e executores da política de concentração da riqueza, da política de acumulação capitalista da política da submissão e da resignação.
Notas

1- Segundo o último Relatório Anual da ONU sobre a fome no mundo, em 2009 o número de famintos no Planeta aumentou 100 milhões em relação ao ano passado! Segundo a FAO, 1 em cada 6 habitantes do mundo passa fome! Paralelamente, segundo o SIPRI – Stockholm Internacional Peace Research Institute as despesas com armamentos continuam a aumentar.

2- Alguns ideólogos a partir da alteração da relação de forças desfavorável aos meios populares teorizaram sobre o fim do trabalho assalariado, da luta de classes, da morte da classe operária, tentando mostrar que o antagonismo capital/trabalho tinha sido superado com a extensão das profissões intelectuais, com a "terciarização" da sociedade, com o desenvolvimento de uma "sociedade da classe média". A precariezação crescente destas camadas, o desemprego e a extensão da pobreza aí está a mostrar as fantasias destas pseudo teorias da conservação do "status quo", da aceitação e da resignação face às desigualdades sociais e à pobreza.

3- Os presidentes executivos de 17 empresas cotadas na Bolsa receberam em média mais de 1 milhão de euros cada e são todos estes os que nos falam de moderação social.

[*] Economista. Intervenção no debate sobre "Pobreza e justiça social", realizado a 20/Abril/2010 no Hotel Roma, em Lisboa.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

domingo, 9 de maio de 2010

O Maior Mandamento

“Ama a Deus, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento! — eis o maior mandamento”, proclamou o Senhor. Entretanto, perguntarás, como amarei a Deus que se encontra longe de mim?

Cala, porém, as tuas indagações e recorda que, se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos, se o artista está invisível em suas obras, também Deus permanece em suas criaturas.

Lembra que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho.

Ele é o Todo em que nos movemos e existimos.

Escuta a Lei Sublime do Bem e vê-Lo-ás sofrendo no irmão enfermo, esperando por tuas mãos; necessitado, no coração ignorante que te pede um raio de luz; aflito, na criancinha sem lar que te estende os braços súplices, rogando abrigo e consolação; ansioso, no companheiro agonizante que te implora a bênção de uma prece que o acalente para a viagem enorme; inquieto, no coração das mães que te pedem proteção para os filhinhos infelizes e expectante, nas páginas vivas da Natureza, aguardando a tua piedade para as árvores despejadas, para as fontes poluídas, para as aves sem ninho ou para os animais desamparados e doentes.

Amemos ao próximo com toda a alma e com todo o coração e estaremos amando ao Senhor com as forças mais nobres de nossa vida.

Compreende e auxilia sempre...

Serve e passa...

Quem se faz útil, auxilia a construção do Reino Divino na Terra e quem realmente ama a Deus, sacrifica-se pelo próximo, fazendo a vida aperfeiçoar-se e brilhar.

sábado, 8 de maio de 2010

Atitude


É possível alguém alcançar o sucesso sem ter uma atitude positiva? A resposta é sim, mas a atitude determinará quanto essa pessoa aproveitará o sucesso. Ainda que seja possível às pessoas com grande talento ou iniciativa alcançar metas apesar de uma atitude negativa, isso não acontece com freqüência, e demanda um esforço inacreditável. Mesmo que elas atinjam algum grau de sucesso, não são felizes (e fazem as pessoas a sua volta infelizes, também). Geralmente, pessoas com atitudes negativas não vão muito longe na vida. As pessoas mais simplórias, porém, são capazes de realizar grandes coisas quando mantêm atitudes igualmente grandiosas. A vantagem dos vencedores reside totalmente em sua atitude, não nas aptidões. Ao dar inicio a uma tarefa, sua atitude afeta seus resultados mais do que qualquer coisa.

Qual a sua atitude no inicio de uma nova experiência? Você fica entusiasmado, cauteloso ou pessimista? Há algum tipo de experiência que lhe provoca uma sensação negativa? Se essas experiências acontecem em áreas determinantes para o seu sucesso, então você precisa ajustar sua atitude. Quando você encarar uma tarefa – especialmente uma tarefa importante que você não aprecia muito-, concentre-se nos fatos, não em seus sentimentos. Mantenha o foco nas possibilidades, não nos problemas. Isso orientará sua atitude na trilha certa. E, se você começar na trilha certa, é mais provável que chegue ao destino desejado.

Sua atitude em relação aos outros geralmente determina a atitude dos outros em relação a você. Quando interagimos com outras pessoas, nossas atitudes geralmente determinam o tom com que tratamos uns ou outros. Sorria para as pessoas quando você as encontrar, e elas tenderão a sorrir em retribuição. Aja de maneira ostensiva, e elas provavelmente desrespeitarão você. Se você quer manter uma relação mais prazerosa com as pessoas durante o curso do dia, trate-as bem. Na maior parte dos casos, funciona.

O crucial na atitude é que quando ela é positiva, ajuda a ampliar suas possibilidades, os pessimistas normalmente conseguem o que querem, como os otimistas. Acreditar em si amplia suas chances de sucesso. A procura pela positividade em todas as situações o ajuda a enxergar as oportunidades que, de outra forma, deixaria passar. Ser positivo em relação às pessoas as induz a agir da mesma maneira com relação a você.

Lembre-se: “Sua atitude – não suas conquistas – garantem sua felicidade.”

Alexandre Luiz Demarchi - demarchi22@yahoo.com.br

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Por que os pobres são pobres?

Que existe a pobreza, e que é um fator impossível de eliminar, todos sabem. Afinal, a pobreza é relativa. Eu, que ganho míseros xxx por mês, sou mais pobre do que A que ganha xxxxx. Os pobres na Índia são mais pobres do que os pobres nos EUA. Essa variação sempre vai existir. O que não se sabe exatamente é, por que os pobres são pobres? Isto é, por que logo eles e não outros?

Teoria marxista. Os pobres são pobres porque são explorados pela indústria capitalista malvada, que os mantém propositalmente na pobreza enquanto ri com um copo de uísque na mão e um charuto na outra. De todas as teorias, esta é provavelmente a mais estúpida, e vamos desconsiderá-la já de cara. Quer dizer, o senhor Y abre uma fábrica, dá emprego a centenas de pessoas que antes viviam de esmola, mas ei, ele os está explorando, afinal os infelizes deveriam ter "direito" a pelo menos metade da fortuna de Y cada um. Bah.

Teoria biológica. Os pobres são pobres porque são burros. Bem, apesar da afirmação geral ser falsa, há um quê de verdade nisto. O caso é, aliás, longamente elaborado no livro "The Bell Curve", onde se estuda a relação entre classe social e QI. Uma grande parte dos pobres (não todos) tem provavelmente baixo QI, e o máximo que podem aspirar é a um emprego no McDonalds. É triste, mas realmente, mesmo que tentem, nem todos podem ser físicos nucleares, CEOs ou engenheiros espaciais (eu não posso, por isso vivo de picaretagens aqui e acolá). Mas a teoria é injusta com os pobres inteligentes. Muitas pessoas, apesar da inteligência, estão na pior, simplesmente tiveram azar ou não tiveram estudo e oportunidade. Algumas dessas pessoas conseguem até subir de vida, o que é admirável. De fato, é preciso ser MAIS inteligente do que a média para subir desde baixo. Nascer em berço de ouro e continuar rico não é difícil. Nascer na lama e subir de patamar, mesmo à classe média, demanda esforço e inteligência sem par.
O problema desta teoria é também que, se os pobres são burros, não haverá jamais solução para a pobreza. Bem, há uma sim, colocá-los no funcionalismo público: não sei se você percebeu, mas são quase sempre as pessoas mais burras, ignorantes e preguiçosas que trabalham ali. (Usá-los como bucha de canhão em guerras ou em revoluções e "movimentos sociais" é tambem uma estratégia bastante eficiente.)

Teoria da estratificação social: Certas sociedades são organizadas de modo a que certos grupos fiquem sempre por cima, e certos grupos sempre por baixo. Na Índia, isso se dá (ou dava) diretamente, pelo sistema de castas. Mas se pensarmos nas sociedades aristocráticas européias, onde a nobreza era transmitida hereditariamente, é claro que a ascensão social ficava mais difícil para os de fora do clube. (No Brasil temos um sistema parecido, em que os políticos e aqueles bem relacionados com eles ficam por cima, e o resto por baixo. Pense um pouco: enquanto nos EUA para abrir uma empresa você precisa de no máximo 6 dias, no Brasil há tanta papelada e regulação - para não falar em corrupção - que a média é de 152 dias. Não vejo demonstração mais clara do interesse dos políticos em impedir a ascensão social no Brasil).
Alexis de Tocqueville, em seu famoso livro sobre a democracia americana, afirmou que o sistema americano funcionava e funcionaria - desde que aqueles que eram ricos mudassem a cada geração. Ao contrário da estratificação social das aristocracias européias, nos EUA havia um sistema de grande mobilidade social, na qual qualquer um poderia ascender socialmente desde que tivesse esforço e inteligência. (Hoje o que está ocorrendo é que uma casta de políticos e seus amigos quer se eternizar para sempre na Elite).

Teoria calvinista. Os pobres são pobres porque foram castigados por Deus. Bem, de acordo com certas teorias populares sobre o calvinismo (a teologia é na verdade bastante mais complexa), a riqueza era um dos modos com que Deus indicava quem eram os eleitos. Afinal, os que se esforçavam e trabalhavam em geral obtiam mais sucesso do que os preguiçosos. Embora isso também seja parcialmente verdade (esforço e trabalho ajudam, e a mentalidade calvinista foi em parte responsável pelo sucesso da sociedade americana), também é verdade que nem todos os ricos são esforçados, muito menos bons ou justos.
Esta é, também, a mais deprimente das teorias. Quer dizer, os pobres levam uma vida de sofrimento, degradação, fome, cansaço. E, ao morrer, ainda vão para o inferno.

http://blogdomrx.blogspot.com/

Um mundo sem regras?

Blog do Mr. X | 04 Maio 2010

Há claramente modelos, já testados, que funcionam melhor do que outros. Há vários estudos indicando os problemas de crianças nascidas sem família ou em famílias disfuncionais. E não acho que fazer experimentação social com crianças seja uma coisa boa.

No outro dia, a leitora Confetti chamou-me de reacionário. Magoei. Sempre me considerei de centro, razoavelmente libertário. Mas recentemente me surpreendi comigo mesmo e pensei: será que estou à direita do Reinaldo Azevedo?

Afinal, ele se declarou a favor da adoção por parte de gays enquanto eu tendo a ser contrário, embora considere argumentos a favor. Nada tenho contra os gays. Nada tenho contra as lésbicas (Vi duas se beijando no outro dia na minha frente. Moças simpáticas e alegres. Bonitas. Bem, uma das duas era.).

De acordo com a natureza, pessoas do mesmo sexo não podem ter filhos entre si. Por mais que tentem. Se os gays querem passar a vida ao lado de um ou mais companheiros do mesmo sexo, é porque escolheram não se reproduzir. Ou assim era, até agora.

Mas estamos em tempos diferentes, em que a tradicional família papã-mamã-filhinhos está em franca decadência, substituído por um modelo em que todo tipo de relação é considerado igual. E por que não? A tecnologia permite e a moral moderna também. Deus está morto e não tem nada com isso.

Em outros tempos, o sexo gay era "o amor que não podia dizer seu nome". Oscar Wilde casou e teve dois filhos, amava sua mulher e depois saía com Alfred Douglas. Hipocrisia? Talvez. Mas acredito que nem nos seus momentos de maior loucura ele pensou em criar os filhos com seu amante. Imagina! Amor era uma coisa, criar filhos uma coisa bem diferente.

No outro dia alguém disse assim: "Isso tudo é só porque fomos inculcados com os velhos modelos. As crianças do futuro acharão normal ter dois pais, ou duas mães."

Pode ser. Mas que importa? Casamento e adoção gay são mero preâmbulo para o que está por vir.

Leiam sobre este curioso caso (nota: alguns dizem que é hoax): uma avó de 72 anos que está transando com o neto biológico de 26, e os dois terão um filho através de uma barriga de aluguel (bem, ele será pai; o óvulo é de uma doadora anônima já que a velhota não é mais fértil).

Eles afirmam: "Somos felizes assim e ninguém tem nada com isso."

Quer saber? De acordo com a ideologia contemporânea, eles têm razão. Não há um único progressista que possa dizer por que este ou casos similares são moralmente errados. Avó com neto, filha com pai, irmão com irmã, transsexual grávido com mulher. Por que tais casos deveriam causar repulsa? Se são maiores e vacinados, que mal há?

Quem entende o coração humano? Todos temos desejos autodestrutivos, vícios, problemas. São poucos os casamentos que duram, e não é por culpa de ninguém, é por que é difícil mesmo. Então por que impedir gays de casarem, ou avós e netos de fazerem sexo entre si e criarem um filho juntos, ou pessoas trocarem de sexo?

Bem, eu acho o seguinte. As pessoas precisam de regras. A única regra da sociedade contemporânea é: "Não devemos julgar ninguém. Todos são iguais. Vale tudo. Faça você também o que quiser, você é livre."

Ora, isso não é suficiente. Há claramente modelos, já testados, que funcionam melhor do que outros. Há vários estudos indicando os problemas de crianças nascidas sem família ou em famílias disfuncionais. E não acho que fazer experimentação social com crianças seja uma coisa boa.

Será que não está faltando autoridade? Será que não estão faltando regras mais precisas e disciplina? Será que esta "liberdade" toda é boa para as crianças das próximas gerações?

Vejam este outro caso, na Inglaterra. Os alunos adolescentes barbarizavam na sala de aula, provocando um professor que sofria de problemas emocionais. Um dia, um aluno zombou dele e gritou-lhe um sonoro "fuck you", e o professor irritou-se. Acertou com um halteres na cabeça do garoto. "Die, die, die!", disse o professor, enquanto batucava com o halteres na cabeça do jovem.

Ei, já dei aulas. Eu o entendo. Também eu, se pudesse, teria dado uns bom golpes na cabeça de certos alunos. (O garoto não morreu. O professor foi absolvido.)

O caso é que os alunos eram extremamente mal-educados e rebeldes, mas o professor pouco ou nada podia fazer. Tocar em alunos? Nem pensar. Pode-se ser acusado de abuso infantil ou coisa pior. (Eis por que uma professora chamou os policiais para algemarem uma criança de seis anos.) Expulsão? Suspensão? Que nada. Na escola moderna, o aluno é rei. Como ensinou Paulo Freire, aluno e professor, professor e aluno, é tudo a mesma coisa, fazem parte de um mesmo coletivo social. Mas não são só os professores: nem mesmo os pais podem punir as crianças, ou terminarão presos. Diversos psicólogos advertem sobre os terríveis traumas que as palmadas causariam às crianças (Uma chega a comparar as palmadas com o estupro).

Nelson Rodrigues falou certa vez sobre a tirania do jovem. É o que vivemos hoje, com a diferença que agora todos somos "jovens". Todos somos perpétuos adolescentes, do começo ao fim da vida. Todos. Eu inclusive. Queremos tudo, emprego, saúde, roupa lavada, casamento gay, direitos humanos. Responsabilidade? Autoridade? Limites? Castigo? Limitação do desejo por questões morais, financeiras ou de ordem social? Ora, vá se catar.

Só que, pouco a pouco, a sociedade vai se desintegrando, e ninguém consegue entende por quê.

Talvez precisemos de um pouco menos de "liberdade", e um pouco mais de disciplina.


http://blogdomrx.blogspot.com/

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O maior mandamento

“Ama a Deus, com toda a tua alma, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento! — eis o maior mandamento”, proclamou o Senhor. Entretanto, perguntarás, como amarei a Deus que se encontra longe de mim?

Cala, porém, as tuas indagações e recorda que, se os pais e as mães do mundo vibram na experiência dos filhos, se o artista está invisível em suas obras, também Deus permanece em suas criaturas.

Lembra que, se deves esperar por Deus onde te encontras, Deus igualmente espera por ti em todos os ângulos do caminho.

Ele é o Todo em que nos movemos e existimos.

Escuta a Lei Sublime do Bem e vê-Lo-ás sofrendo no irmão enfermo, esperando por tuas mãos; necessitado, no coração ignorante que te pede um raio de luz; aflito, na criancinha sem lar que te estende os braços súplices, rogando abrigo e consolação; ansioso, no companheiro agonizante que te implora a bênção de uma prece que o acalente para a viagem enorme; inquieto, no coração das mães que te pedem proteção para os filhinhos infelizes e expectante, nas páginas vivas da Natureza, aguardando a tua piedade para as árvores despejadas, para as fontes poluídas, para as aves sem ninho ou para os animais desamparados e doentes.

Amemos ao próximo com toda a alma e com todo o coração e estaremos amando ao Senhor com as forças mais nobres de nossa vida.

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