domingo, 27 de junho de 2010

Tenho medo!

É uma escolha de Sofia às avessas, ou escolhe o "menos ruim" ou se abstem; dúvida cruel!!

Vejam o que Marília Gabriela escreveu sobre a Dilma: REPASSEM!!!!
"Quem tem medo da 'doutora' Dilma?" MARÍLIA GABRIELA

"VOU CONFESSAR: Morro de medo de Dilma Rousseff. Esse governo tem muitos acertos, mas a roubalheira do governo do PT e o cinismo descarado de LULA em dizer que não sabia de nada nos mete medo. Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra. Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo. Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero); não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor. Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso. Mas essa simpatia tardia não convenceu. Ela é dura mesmo.
Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade. Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador. E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disserem que eles devem dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira. A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído.
Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.
Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela - e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo - nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula. Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão. Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande.

Carga Tributária

Não conseguindo imaginar? Onde? E como? Serão gastos todos esses recursos..$$$... Após confirmar ser Brasília o arrecadador de apenas 2/3 dos tributos de todo país, encontrei um relato anexo no e-mail, folks18@hotmail.com, com o título “No Reino do Brasil”, que transcrevo para reflexão neste ano de eleições:

“No Reino do Brasil, tem gente que acha que o Brasil é uma Democracia. Tem gente que acha que o Brasil é uma ditadura. Na verdade, o Brasil não é nenhum dos dois. O Brasil é um sistema feudal. Temos Rei, Nobres, Povão e Bobos da Corte.

Os moradores do Brasil são

Nobreza: Políticos, altos funcionários públicos, juízes aposentados, fiscais e outros.

Bobos da Corte: Empresários, executivos, profissionais liberais, trabalhadores com carteira assinada e outros.

Povão: Miseráveis, aposentados pela iniciativa privada, trabalhadores informais e outros.

O que fazem?

Nobreza: Consomem muito mais riqueza do que produzem.

Bobos da Corte: Produzem muito mais riqueza do que consomem.

Povão: Produzem e consomem pouca riqueza.

Tudo começa com os Bobos da Corte:

Digamos que a sua empresa te pague R$ 5.000,00 por mês. Somando os diversos tipos de impostos, você pagará em média 35% do total direto à nobreza, sobrando por enquanto R$ 3.250,00. Com esse dinheiro, você comprará produtos e serviços, como arroz, gasolina e manicure. Só que nesses produtos e serviços, estão embutidos cerca de 40% de impostos, que vão direto para a nobreza...

Até agora, dos R$ 5.000,00 que você suou a camisa para ganhar, sobraram apenas R$ 1.950,00.

Em um País normal, em troca dos 60% do seu salário que você já entregou, você deveria receber ensino, saúde e aposentadoria gratuitos e de qualidade. Mas no Brasil nada disso presta, portanto você precisa pagar tudo de novo. Você gasta mais R$ 1.200,00 entre escola particular, plano de saúde e previdência privada. São serviços que você deveria receber de graça em troca do dinheiro previamente saqueado pela nobreza. Sobrou R$ 750,00.

Resumo:

Você produziu R$ 5.000,00. Você consumiu R$ 750,00. Foi para a nobreza R$ 4.250,00.

O equilíbrio do sistema:

1) Os Bobos da Corte entregam a maior parte da sua riqueza para os Nobres;

2) A Nobreza joga migalhas para o povão, como bolsa família, bolsa creche, auxílio enchente...;

3) O Povão devolve votos para a nobreza. Vote João!

Situação Final:

O Povão: Continua ignorante, continua miserável, mas continua feliz, desde que haja cachaça e futebol.

A Nobreza: Continua trabalhando pouco. Continua levando uma vida de luxo. Continua aumentando gastos e impostos.

Os Bobos da Corte: Concluem que produzir no Brasil é um mau negócio. Ficam olhando os países mais sérios decolarem à frente do Brasil. Os mais brilhantes e capazes se mudam para países onde são mais valorizado.

Oxalá, que o Brasil acorde para uma reforma tributária e política, antes de o povo sair para as ruas...

Braulio Hantschel - braulioh@brturbo.com.br

Culto à esperteza

Por Guilherme Dettmer Drago

O brasileiro é honesto? Quando Maradona usou a mão numa Copa do Mundo para fazer um gol, todos foram unânimes aqui no Brasil em rechaçá-lo, xingá-lo e odiá-lo. Quando Henry classificou a França ajeitando uma bola com a mão, todos condenaram a atitude, chamando-o de desonesto.

Entretanto, no domingo passado, quando Luis Fabiano levou a bola escandalosamente no braço até fazer um gol, pronto, aí tudo mudou! Como num passe de mágica o brasileiro viu-se à frente, mais uma vez, não de um ato desonesto ou irregular. Não foram as mãos fabulosas, “foi o braço divino”, como quiseram justificar.

Correu-se logo a acudi-lo. Boa parte dos comentaristas fixou como ponto principal da partida a expulsão de Kaká. Quanto ao gol irregular de Luiz Fabiano - o mais importante – muitos disseram que o que importava era ganhar.

Tenho muita curiosidade de imaginar como reagiriam nossos torcedores em geral se, tendo chegado à final da Copa, o Brasil fosse derrotado por um gol de mão - feito pelo Verón e validado pelo juiz com um sorriso compreensivo! Aí sim poderíamos conhecer o espírito democrático e o senso de justiça desses que, hoje, recorrem aos mais estapafúrdios argumentos (sempre temperados com pitadinhas de bom humor) para justificar uma vitória conquistada com a ajuda da ilegalidade.

O problema deste pensamento é que entre ditar regras e dar exemplos, justamente os exemplos têm muito mais força na formação do ser humano. Desde criança aprendemos por imitação, e assim continuamos durante a vida, nas mais diversas situações. Pais influenciam os filhos, professores os seus alunos e pessoas com projeção na sociedade, principalmente em cargos diretivos, influenciam seus subordinados.

As pessoas fazem o que seus paradigmas fazem, e não o que eles dizem para ser feito.

O jeitinho brasileiro, o mau exemplo e o culto à esperteza parecem onipresentes na cultura nacional. Há necessidade de se repensar muitos valores para as próximas gerações.

Guilherme Dettmer Drago - Advogado (OAB/RS nº 52.242)
guilhermedrago@bol.com.br
Fonte: Espaço Vital
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Uma vez um colega me falou:"Ética existe deste que não entre na minha casas..."
Quer dizer: Aplicar a moral e a ética, é da minha casa para fora. Dentro da minha casa, tenho que safar os meus, a moral e a ética que se danem...

terça-feira, 22 de junho de 2010

A Gramática da ficha suja

"Os que forem brasileiros me sigam." Essa exortação ao heroísmo, atribuída ao Duque de Caxias, evidentemente não se referia àqueles que, no futuro, se tornassem brasileiros, mas era dirigida aos que naquele momento tivessem a condição de brasileiros autênticos e que deveriam agir como tais.

Vem a propósito lembrar essa famosa passagem da história brasileira, em vista do equívoco em que alguns vêm incorrendo quanto à aplicação das restrições a candidatos corruptos formalmente definidas na lei identificada como Lei da Ficha Limpa, sancionada em 4 de junho deste ano. A distorção na interpretação de uma passagem da lei configura verdadeiro estelionato gramatical, sendo lamentável que, endossando a interpretação maliciosa proposta por defensores dos corruptos, alguns jornalistas que exercem influência sobre a opinião pública afirmem categoricamente que a lei não alcança os que foram condenados por corrupção antes de 4 de junho de 2010.

Relembrando os termos precisos do estelionato, estava tramitando no Senado o projeto de lei de iniciativa popular, explicitando algumas hipóteses de inelegibilidade já previstas, genericamente, na Constituição, que autoriza as restrições para proteger a moralidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato. Por emenda proposta pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), a expressão "políticos que tenham sido condenados" foi substituída por "os que forem condenados", com o intuito evidente de lançar confusão, explorando o despreparo e o descuido dos desavisados. Com efeito, não é difícil demonstrar que o dispositivo em que figure a palavra "forem", como no caso da Lei da Ficha Limpa, tem o sentido de "tiverem a condição de", bastando atentar para o pormenor de que "forem", nesse caso, é do verbo "ser" e não do verbo "ir".

Condição, qualidade - Alguns exemplos calcados na legislação brasileira deixam evidente que a palavra "forem" tem sido freqüentemente usada na linguagem jurídica para designar uma condição. Assim, no Código Civil que vigorou desde 1916, no artigo 157, ficou estabelecida a possibilidade de separação de um casal por mútuo consentimento "se forem casados por mais de um ano". E jamais se disse que isso valia apenas para os casamentos futuros.

Mais tarde, quando se introduziu o divórcio no sistema jurídico brasileiro, a lei nº 6515, de 26 de dezembro de 1977, dispôs que poderia ser dada a separação judicial dos cônjuges "se forem casados há mais de dois anos". E pelo artigo 49, parágrafo 6º, estabeleceu-se que o divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de três anos da data da sentença. E jamais se disse que essas disposições valiam apenas para os casamentos realizados depois da vigência dessa lei ou para os que adquirissem a nacionalidade brasileira depois da nova lei.

As expressões "forem casados" e "forem brasileiros" designavam, precisamente, uma condição ou qualidade, nada tendo a ver com acontecimentos futuros. Acrescente-se, ainda, que o novo Código Civil brasileiro, de 2002, estipula, no artigo 1642, inciso VI, que tanto o marido quanto a mulher podem "praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente". E ninguém, razoavelmente esclarecido, dirá que só estão proibidas as vedações estabelecidas por lei posterior a 2002. Quando a lei diz "forem vedados" refere-se a estarem vedados, podendo a vedação estar prevista numa lei muito antiga.

Objetivo da lei - Analisando com muita precisão essa questão verbal, o ilustre presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, desembargador Nametala Jorge, fez a colocação correta quanto ao sentido da expressão "forem condenados" constante da Lei da Ficha Limpa: "Quando a lei fala em condenados não importa o tempo do verbo. O que importa é a qualificação e o que qualifica a condição do candidato é ele ser condenado. Sendo condenado, tanto faz aquele que já era antes da lei como aquele que vier a ser condenado até requerimento do registro". Ninguém poderá, honesta e sinceramente, duvidar do objetivo da lei, que é impedir a candidatura dos que tiverem sido judicialmente reconhecidos como corruptos e por isso inaptos para representar qualquer segmento da cidadania brasileira.

Dalmo de Abreu Dallari, jurista - dioneiws@gmail.com

domingo, 20 de junho de 2010

Em Casa

Ninguém foge à Lei da Reencarnação.

ONTEM, atraiçoamos a confiança de um companheiro, induzindo-o à derrocada moral. HOJE, guardamo-lo na condição do parente difícil, que nos pede sacrifício incessante.

ONTEM, abandonamos a jovem que nos amava, inclinando-a ao mergulho na lagoa do vício. HOJE, temo-la de volta por filha incompreensiva, necessitada do nosso amor.

ONTEM, colocamos o orgulho e a vaidade no peito de um irmão que nos seguia os exemplos menos felizes. HOJE, partilhamos com ele, à feição de esposo despótico ou de filho-problema, o cálice amargo da redenção.

ONTEM, esquecemos compromissos veneráveis, arrastando alguém ao suicídio. HOJE, reencontramos esse mesmo alguém na pessoa de um filhinho, portador de moléstia irreversível, tutelando-lhe, à custa de lágrimas, o trabalho de reajuste.

ONTEM, abandonamos a companheira inexperiente, à míngua de todo auxílio, situando-a nas garras da delinqüência. HOJE, achamo-la ao nosso lado, na presença da esposa conturbada e doente, a exigir-nos a permanência no curso infatigável da tolerância.

ONTEM, dilaceramos a alma sensível de pais afetuosos e devotados, sangrando-lhes o espírito, a punhaladas de ingratidão. HOJE, moramos no espinheiro, em forma de lar, carregando fardos de angústia, a fim de aprender a plantar carinho e fidelidade.

À frente de toda dificuldade e de toda prova, abençoa sempre e faze o melhor que possas.

Ajuda aos que te partilham a experiência, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam...

A humildade é a chave de nossa libertação.

E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerces invisíveis da luta em casa.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Amor e Vida em Família.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
1995.

Políticos e Fraldas

www.fortalweb.com.br/grupoguararapes

SÓ LOUCO VOTA EM CORRUPTO

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão." (Eça de Queiroz)

"2010 é ano de eleição; pense certo como Eça de Queiroz."

Pelo bem do Brasil, mudemos os políticos safados e canalhas, como se mudam as fraldas, QUE ESTAS, SUJAS, SÃO JOGADAS FORA. ELES e ELAS - de algum modo fedem: os primeiros mais que as segundas, como norma.

Por isso, e pelo bem do Brasil, não reelejemos estes vis vermes abjetos e despresíveis da politicagem brasileira- por ser parente, amigo ou da propaganda, ou para atender a pedidos.

Como princípio, só votemos em quem tem caráter, seja um homem respeitado e digno e que possa entrar em seu lar. Não é mudando as fraldas que serão mudados os caracteres dos maus políticos.

Só votemos de acordo com nossa consciência. Se temos em perspectiva um candidato, questionemos, nos informando sobre ele. Examinemos o seu passado, e o seu presente; se o acusam de algo que as circunstâncias confirmam; se mente, se infringe a lei, se é condescendente com os mal feitos dos outros, com quem anda - suas companhias; se é corrupto, se leva vida não condizente com seus ganhos e bens, não respeita família, não votemos nele.

Se não encontrarmos ninguém digno do nosso voto, anulemos o voto. MAS NÃO VOTEMOS EM BRANCO - ANULEMOS NOSSO VOTO! (É digitar, por duas vezes seguidas, números que não teem nada a ver com números de partidos ou de candidatos).

ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES!

Democracia não é só urna.

O processo de construção das candidaturas é parte fundamental da política democrática.

A construção da candidatura Dilma é preocupante do ponto de vista da democracia.

A candidatura Dilma é fruto direto do mensalão de 2005.

O mensalão abateu a proeminência de José Dirceu, chefe da Casa Civil e considerado `operador` do esquema pelo processo que corre no STF.

Como desdobramento do mensalão, Antonio Palocci, considerado o herdeiro "natural" do
governo Lula, perdeu seu posto no governo e
caiu em desgraça perante a opinião pública.

Marta Suplicy, outra candidatura "natural", foi derrotada nas urnas pela reeleição à prefeitura de São Paulo em 2006. A derrota para José Serra esvaziou o balão de ensaio de sua pré-candidatura.

O esfacelamento do PT e o vácuo de coordenação
política do primeiro governo Lula foram resolvidos da mesma forma. Das entranhas da máquina do governo a ministra Dilma Roussef se tornou a articuladora política e a "resposta" ao mensalão.

Posteriormente, sua candidatura foi empurrada goela abaixo do partido por um desejo do presidente.

Não foi construída por movimentos sociais, não refletiu uma trajetória de destaque em debates políticos relevantes de âmbito nacional.

A candidatura de Dilma veio de pára-quedas, direto da tecnocracia do primeiro mandado de Lula, artificialmente alimentada pelo presidente.

A história política de Dilma não está sendo levada em questão em 2010. Sua luta contra a ditadura (real) nem aparece. O que aparece é sua liderança em políticas sociais (farsa).

A candidatura Dilma não é apenas uma peça de propaganda, possibilitada pelo mensalão e pelo segundo mandado do presidente Lula.

É um evento central do próprio governo, e da consolidação do Lulismo no seio do petismo.

Mas isso é democraticamente questionável. Apesar de não estar sendo questionado.

Retirado do Site: "Usina de Letras".

Brasil, País do Futuro???

Arnaldo Jabor

- Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;

Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...

Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.

- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.

Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo , ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai..
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo..

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.

Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

- Brasileiro é um povo honesto. Mentira..

Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso..
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.

O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.

Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático. Mentira.

Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.

Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores)..
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

Democracia isso? Pense !

O famoso jeitinho brasileiro.
Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.

No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?? ?
Grande coisa...

O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro !?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto na história brasileira.

Para finalizar tiro minha conclusão:

O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. ?!?!?!?! (Esses sinais são de um leitor)
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

sábado, 19 de junho de 2010

Decálogo

Esta eu já coloquei neste blog, mas como eu gosto, quero que vocês sempre tenham em mente...

Os 10 mandamentos da ideologia socialista.

Escrito em 1913 pelo líder revolucionário russo Vladimir Lênin,
o pai do comunismo (sistema governamental ateísta).

1 – Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2 – Infiltre e depois controle todos os meios de comunicação;
3 – Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos
sociais;
4 – Destrua a confiança do povo em seus líderes;
5 – Fale sempre em democracia em estado de direito, mas, tão logo haja oportunidade,
assuma o poder sem qualquer escrúpulo;
6 – Colabore para o esbanjamento do dinheiro público, coloque em descrédito a imagem do
país, especialmente no exterior, e provoque o pânico e o desassossego na população por
meio da inflação;
7 – Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do país;
8 – Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbem;
9 – Colabore para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas
promessas dos governantes;
10 – Procure catalogar todos aqueles que têm armas de fogo, para que sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência.

O mais assustador de tudo isso é que a maioria das pessoas, principalmente as menos
esclarecidas, vêem toda essa imoralidade apenas sob o aspecto financeiro, não percebendo que o principal objetivo é um elaborado plano que visa destruir as nossas instituições.
Instituições como a família, o estado de direito, o bem público, a religião, etc..., que são os pilares que sustentam uma verdadeira democracia.

Veja o meu folhetim

domingo, 13 de junho de 2010

Campeonato mundial: que vença um país sem fanáticos

Veja o que um mexicano escreveu antes da copa do mundo...

(Sugestão: na leitura do artigo experimente substituir mentalmente a palavra "México" por "Brasil")


por Pedro Echeverría

"O Campeonato Mundial é um grande circo. Mas o povo precisa de pão".
Qual será o estado de espírito após o Campeonato Mundial?
É uma coisa estranha. Apesar de haver grande excitação acerca do Campeonato, experimentamos tremendas dificuldades. Não sou uma desmancha-prazeres, com certeza. O povo precisa de pão e circo, e isto é um grande circo. Deixem-no desfrutar. Mas e o pão?
Será uma coisa boa para a África do Sul?
É difícil avaliar qual será o benefício posterior. Tomem-se os estádios – será que realmente precisamos deles? E o que fazer com eles? O dinheiro que está a ser gasto podia proporcionar habitação para muitos que estão a viver em barracos.
Nadine Gordimer


1. O mundial de futebol ainda não se iniciou, mas a rádio e a TV não param, durante horas, a sua campanha de alienação para tentar embrutecer mais os fanáticos. Bastou um triunfo da selecção mexicana para que não pudéssemos ouvir outra coisa senão locutores enlouquecidos da Televisa, TV Azteca, Rádio Fórmula e outros media a gritarem que "como o México não há dois".

A realidade é que como o México não há dois países mais miseráveis, mais desempregados, mais mal governados e com maiores deficiências em serviços de saúde, educação ou assistência social. Não pude escutar Aristegui, nem nada mais. Quanto tempo tardará esse famoso campeonato mundial para deixar de ouvir o nacionalismo brutal, para deixar de ouvir as vozes triunfantes em rádios e televisões que só estão ao serviço do capital? Quanto tempo devo esperar para não observar o crescimento do fanatismo e da alienação do nosso povo?

2. Se tivesse deus pedir-lhe-ia com toda devoção que a equipe de futebol do México perdesse na primeira volta do campeonato mundial, porque do contrário já não poderei ouvir os noticiários que – apesar de deformados e manipulados – me põem ao par sobre algo do que acontece no país e no mundo. Durante um mês – não sei quanto dura – terei desligado esses media para não ter de suportar os locutores selvagens e comentários tontos. Penso que uma vez afastado o México pareceria que o famoso mundial havia chegado ao fim, ainda que a rádio e a TV – como empresas comerciais gigantescas – não deixassem de nos lixar lançando bajulações ao brasileiros ou outra equipe que lhes proporcionasse lucros. Os governos e os empresários diriam que é preciso sermos "patriotas" para continuar a alienar o povo e assim continuar a oprimi-lo; a única coisa que sempre procuraram e conseguido é fazer a população mais tonta para melhor controlá-la.

3. Sempre aplaudi a perda da equipe mexicana para que os fanáticos se tornem mais críticos, se indignem ou pouco mais pela situação de pobreza, desemprego e miséria em que vive 70 por cento da população e para que comecem a ver e reconhecer que o México está lixado em todos os aspectos por culpa de um punhado de ricos que sempre dominaram o poder. Por que me enoja que a equipe mexicana ganhe? Porque os fanáticos – que são muitos – enlouquecem de alegria, gritam como louco "México, México" como se vivessem num país de justiça, de igualdade e felicidade esquecendo que são miseráveis e explorados e que a sua família apenas consegue comer. Os governos escondem-se quando a equipe perde, mas quando ganha passeiam-se entre as multidões, levantam a mão à equipe e – com o dinheiro do povo – presenteiam os jogados com casas e automóveis. Essa loucura e alienação é construída pelos media e pelo governo.

4. Aparentemente o futebol não é senão uma droga legal efectiva para manter submissa a população. O fanatismo futeboleiro provoca confrontos, destroços, mortos e assassinatos, mas os milhares de milhões de lucros empresariais e a alienação da população são muito superiores em valor para que a classe política continue a controlar a situação. Faz-me recordar os escravocratas da Roma antiga que para manter controlados e entretidos os escravos ofereciam-lhes "pão e circo", ou seja, davam-lhes festas nos grandes circos ou estádios para verem e aplaudirem os leões a estriparem os cristãos (então rebeldes) ou como os mesmos escravos destroçavam-se lutando entre si. Os escravos de agora possuem circos mais variados criados pela TV como novos heróis a partir de propaganda e publicidade intensas. Ídolos com pé de barros que com a publicidade são convertidos em heróis de multidões.

5. Será por acaso proibido que os fanáticos gozem momentos de alegria que também servem para fazer esquecer as suas penas? Não, obviamente não. Mas não têm porque festejar a sua escravidão e a sua submissão enquanto aqueles acima deles – os que oprimem e manipulam – gozam escarnecendo da sua estupidez e ignorância e aproveitando-se ela. Quantos multimilionários surgiram por causa da opressão e alienação dos nossos povos? Quantos desses capitais milionários servem para armar exércitos e polícias, assim como para manter mais meios de informação a fim de dar continuidade ao sistema? A liberdade humana, que é libertação, nada tem a ver com "a liberdade" para submeter-se ao tirano, que é (ao mesmo tempo) a liberdade para regressar à escravidão. Que tal se submeter-se ao tirano provoca em muitos mais satisfações do que estarem a confrontar-se permanentemente para libertar-se?

6. Talvez em nenhum país do mundo os meios de informação sejam confrontados por negócio tão gigantesco, talvez tão pouco haja outro país no qual um futebolista tenha rendimentos mil ou duas mil vezes superiores ao de qualquer trabalhador. Confesso minha absoluta ignorância nesta matéria de futebol pois só sei que o salário mínimo de um trabalhador é apenas de quatro dólares por dia, ao passo que um alto político ou um futebolista levam muitos milhões de dólares ao bolso. De onde sai esse dinheiro que acumulam e espatifam? De mais lugar nenhum senão da exploração do trabalho de milhões de mexicanos que por terem um salário adequado vivem na pobreza e na miséria, mal atendendo às suas famílias. Mas para isso servem os negócios da propaganda e da publicidade que mantêm de boca aberta o público da rádio e televisão. Para que estes, alienados, corram a consumir o que a publicidade lhes mete na cabeça.

7. O futebol deveria ser um desporto mais e os triunfos ou derrotas das equipes do país não deveriam causar enlouquecimentos de alegria ou tragédias. Mas no México o futebol é um enorme negócio, assim como o pão e o circo que oferecem aos fanáticos. Os meios de informação construíram o fanatismo para aproveitar-se dele. Por isso agradar-me-ia que no futebol triunfassem sempre países como a Suíça, Noruega, Dinamarca o qualquer nação onde não existissem o fanatismo brutal e os ricos não pudessem utilizá-lo como instrumento de opressão e submissão. Não sei o que sucede com este desporto/negócio no Brasil, Argentina ou Peru, não sei até que grau será utilizado – como aconteceu no México durante mais de 50 anos – para que as empresas acumulem capitais gigantescos e aproveitem-se para manter o público idiotizado enquanto o submetem. Poderá alterar-se algum dia essa realidade construída pelo capitalismo?

07/Junho/2010

O original encontra-se em http://www.argenpress.info/2010/06/que-gane-el-mundial-de-futbol-un-pais.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

A reforma íntima

Quanto puderes, posterga a prática do mal até o momento que possas vencer essa força doentia que te empurra para o abismo.

Provocado pela perversidade, que campeia a solta, age em silêncio, mediante a oração que te resguarda na tranqüilidade.

Espicaçado pelos desejos inferiores, que grassam, estimulados pela onda crescente do erotismo e da vulgaridade, gasta as tuas energias excedentes na atividade fraternal.

Empurrado para o campeonato da competição, na área da violência, estuga o passo e reflexiona, assumindo a postura da resistência passiva.

Desconsiderado nos anseios nobres do teu sentimento, cultiva a paciência e aguarda a bênção do tempo que tudo vence.

Acoimado pela injustiça ou sitiado pela calúnia, prossegue no compromisso abraçado, sem desânimo, confiando no valor do bem.

Aturdido pela compulsão do desforço cruel, considera o teu agressor como infeliz amigo que se compraz na perturbação.

Desestimulando no lar, e sensibilizado por outros afetos, renova a paisagem familiar e tenta salvar a construção moral doméstica abalada.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores. Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, a requeimarem por dentro, passados os primeiros momentos.

Ninguém foge aos desafios da vida, que são técnicas de avaliação moral para os candidatos à felicidade.

O homem revela sabedoria e prudência, no momento do exame, quando está convidado à demonstração das conquistas realizadas.

Parentes difíceis, amigos ingratos, companheiros inescrupulosos, co-idealistas insensíveis, conhecidos descuidados, não são acontecimentos fortuitos, no teu episódio reencarnacionista.

Cada um se movimenta, no mundo, no campo onde as possibilidades melhores estão colocadas para o seu crescimento. Nem sempre se recebe o que se merece. Antes, são propiciados os recursos para mais amplas e graves conquistas, que darão resultados mais valiosos.

Assim, aprende a controlar as tuas más inclinações e adia o teu momento infeliz.

Lograrás vencer a violência interior que te propele para o mal, se perseverares na luta.

Sempre que surja oportunidade, faze o bem, por mais insignificante que te pareça. Gera o momento de ser útil e aproveita-o.

Não aguardes pelas realizações retumbantes, nem te detenhas esperando as horas de glorificação.

Para quem está honestamente interessado na reforma íntima, cada instante lhe faculta conquistas que investe no futuro, lapidando-se e melhorando-se sem cansaço.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício.

Toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalha-te interiormente, vencendo limite e obstáculo, não considerando os terrenos vencidos, porém, fitando as paisagens ainda a percorrer.

A tua reforma íntima te concederá a paz por que anelas e a felicidade que desejas.

Crise aumenta o número de ricos no mundo

O número de milionários em todo o mundo atingiu 11,2 milhões. No ano passado, a lista dos ricos aumentou 14%.

De acordo com analistas americanos, a economia mundial é gerida por um montante de 111,5 trilhões de dólares. Assim, o capital mundial pelas suas dimensões deixou o nível pré-crise de 2007.

No entanto, os especialistas não esperam que o processo de recuperação seja tão rápido. Esse montante, que é baseado em títulos financeiros, aumentou no ano passado 32%, para 33,5 trilhões de dólares.

A maioria dos milionários está registrada nos Estados Unidos, onde estão 4.715.000 de ricos. Em segundo lugar está o Japão, com 1.230.000. Em terceiro está a China, com 670.000, seguida pele Reino Unido, com 485.000, a Alemanha, com 430.000, a Itália, com 300.000, a Suíça, com 285.000, e França, com 280.000. Segundo os especialistas, nos próximos cinco anos, o crescimento anual de capital privado no mundo será de 5,8%.

Fonte: Vesti.RU

Tradução Mariana Villanova

Sociedade - Consumo - Homem

Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista. Se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostrar por que os pobres não têm pão, me chamam de subversivo.

O homem não é mais o ser do mundo, o ser do mundo agora é o dinheiro.
Não se discute mais a civilização ou a sociedade, só discutimos o dinheiro, os juros, o crescimento econômico e o mercado financeiro.
Ressoa aos quatro ventos um monologo monocórdio que gira nas quatro direções em torno da economia de mercado, do individualismo social, da subserviência aos donos do capital e do mercantilismo.
Não é a economia a favor do homem, mas o homem em benefício da economia.
Tudo se move ao redor de valores financeiros.
Tudo se transforma em simples mercadoria, inclusive o próprio homem, um numero a mais ou a menos.
E as decisões são impostas nessa vertente, gerando ansiedades e vazios.
Os novos profetas são os economistas, os marqueteiros de mercado e os analistas de economia que publicam diariamente os ditames das grandes corporações nacionais, transnacionais e multinacionais.
Esses mesmos profetas se tornam alternadamente “curandeiros” e nos induzem ao sonho de que a ansiosa infelicidade gerada é “curada” pela adoração ao deus consumo e que o vazio é preenchido pela mercadoria.
Mercadoria que pode ser tanto o produto de prateleira quanto o produto virtual, o papel-moeda ou a moeda virtual, incluindo-se também nesse conceito as inter-relações humanas e o próprio ser humano, e as relativas derivações e manipulações daí decorrentes.
Razão tem Leon Tolstoi quando disse : “Os ricos farão de tudo pelos pobres; Menos descer de suas costas”.
Lembro ainda Dom Helder Câmara quando disse:
“Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista. Se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostrar por que os pobres não têm pão, me chamam de subversivo”.

F. Vilemar F. Costa
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sábado, 12 de junho de 2010

Efeito Lolita

EFEITO LOLITA: COMO A MÍDIA FORJA SEXUALIDADE JUVENIL DE MERCADO

Por Marcos Aurélio Ruy

A professora de jornalismo e comunicação de massa na Universidade de Iowa (EUA), Meenakshi Gigi Durham, identifica os mitos criados pela mídia no tratamento da sexualidade, com efeitos nocivos para o desenvolvimento das meninas e a a liberdade das mulheres É o que chama de Efeito Lolita: cada vez mais a mídia atinge garotas mais jovens.

No livro O Efeito Lolita: a sexualização das adolescentes pela mídia, e o que podemos fazer diante disso, Meenakshi Gigi Durham diz que é necessária a criação de grupos de discussão com participação efetiva dos jovens como forma de combater esse trabalho cruel feito pela mídia convencional.

É imposto às crianças e jovens um único padrão de beleza possível. E, como as imagens de garotas estampadas nas revistas são irreais, as meninas têm que comprar produtos que vão de cosméticos à cirurgias plásticas para atingir a perfeição de serem sexies e outros aspectos de suas vidas são relegados a segundo plano. A socialite Paris Hilton é a principal modelo a ser seguido assim como o grupo Pussycat Dolls.

Grifes como Victoria’s Secret e cantoras com Christina Aguilera, Britney Spears e Lady Gaga e suas similares pelo mundo afora apresentam como objetos sexuais. O nome Lolita deriva do livro homônimo do escritor russo Vladimir Nabokov: uma menina de 12 anos que é um tipo de garota especial, seduz sem ter consciência disso, passa a ter relacionamento amoroso com um adulto.

No livro Educar para a submissão, o descondicionamento da mulher, a pesquisadora italiana Elena Gianni Belotti, já havia mostrado como é um traço cultural a submissão da mulher. “A tradicional diferença de caracteres entre macho e fêmea não é devida a fatores congênitos, e sim, aos condicionamentos culturais a que o indivíduo é forçado no curso do seu desenvolvimento”.

No caso do Efeito Lolita, Durham também faz uma abordagem demonstrando como a natureza não dita as regras no comportamento humano, sendo que a mídia destinada aos jovens é em boa parte dirigida por mulheres mas sujeitam-se à vontade maior do deus mercado. “O verdadeiro problema com o Efeito Lolita é que as garotas não têm controle sobre essa situação.” Ele consiste “numa fantasia masculina adulta.” E a mídia usa essa fase de descobertas das adolescentes inculcando-lhes ainda mais insegurança, simplesmente para vender mais produtos.

Durham deseja fornecer as ferramentas necessárias para se reconhecer e reagir de modo proativo. “Examinar com rigor o ‘Efeito Lolita’ permitirá desvendar os mitos que compõem o espetáculo da sexualidade das garotas na cultura pop convencional.” É muito comum em revistas na atualidade “a ninfeta com rosto de criança e curvas voluptuosas que posa de modo provocativo em capas de revistas. A sexualização das meninas nos ambientes aparentemente seguros, não realistas e fantasiosos da mídia e da publicidade age com o fim de legitimar, e até de tornar glamuroso, o uso da sexualidade das garotas para fins comerciais”, afirma.

As imagens difundidas pela mídia não são reais nem realizáveis; “corrigidas” por softwares de computador, essas imagens criam perfeições inexistentes. Páginas sempre acompanhadas de anúncios de produtos de beleza, entre outros. A mídia é tão persistente que a confusão fica ainda maior na cabeça das adolescentes e o apelo já é feito para crianças de até 8 anos de idade. Segundo Durham há brinquedos nos Estados Unidos da “Dança do Poste (uma dança erótica usada em cabarés) para meninas de 1 a 2 anos.

As meninas como objeto sexual

Há programas na tevê brasileira que apresentam mulheres de biquínis fio-dental, mostrando seus atributos físicos. Existe até um quadro num programa considerado de comédia que é chamado “a miss beleza interior”, ou seja pessoas que fogem do padrão caucasiano de beleza. Outros, supostamente menos incautos, mostram crianças muito pequenas, na imensa maioria meninas, imitando seus ídolos com roupas provocativas e com dança sensual.

O apelo sexual é tão presente que um certo programa “para mulheres” de manhã, da Rede Globo, levou duas jovens a andarem nas ruas de São Paulo, uma loira outra morena. A loira estilo Barbie e a morena apresentada como um tipo mais brasileiro. Elas andavam pelas ruas e a repórter ia perguntando aos homens qual era mais atraente. Tudo para justificar uma “matéria jornalística” sobre como manter a cintura fina.

Recentemente, a Associação Americana de Psicologia (APA, sigla em inglês) apresentou um relatório no qual afirma que a exposição em revistas, televisão, videogames, videoclipes, filmes, letras de música e internet, são nocivos para o desenvolvimento de garotas adolescentes.

Segundo a APA isso pode levar “à perda de auto-estima, depressão e anorexia”, entre outros aspectos. A pesquisadora Meenakshi Gigi Durham mostra que na mídia convencional já “não se diferencia mais anúncios de matérias jornalísticas”.
Cinco mitos para perpetuar a dominação

Em seu livro, Durham detecta cinco mitos nos quais a mídia se baseia para vender “produtos de beleza” e para apresentar as garotas como seres sexualizados que existem apenas para favorecer o sexo oposto, sem vontade própria e, pior ainda, sem valorizar nenhum outro aspecto das garotas a não ser o de serem sexies, sempre com o objetivo de agradar ao “olhar masculino”. E o pior: rebaixam cada vez mais a idade das garotas.

O primeiro mito é Se você tem, exiba. Este mito valoriza apenas a aparência sexy das meninas. “Chelsea, de 4 anos, elogia a aparência hot da amiga”, diz a autora, e acrescenta Lexi, 9 anos, veste uma camiseta do Pussycat Dolls com os dizeres “você não gostaria que sua namorada fosse ‘hot’ como eu?”. O mito então vê como “hot” (sexy) como a feminilidade ideal. Até em programas da Disney essa temática aparece como em Hannah Montana, destinados à jovens pré-adolescentes.

Para Durham “as mensagens sobre sexo que as garotas têm recebido por intermédio desses veículos de mídia, exploram a consciência sexual e a ansiedade que caracterizam os anos de adolescência e pré-adolescência.”

Uma pesquisa publicada no ano passado no Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissívei” apontou como emissoras mais assistidas a Rede Globo e a MTV, entre os jovens no período das 18 às 22 horas. Na pesquisa as duas emissoras de TV apresentam alto teor erótico nos seus programas e propagandas.

A volência sexual contra meninas

O segundo mito é Anatomia de uma deusa do sexo. O modelo visto como ideal para as garotas tem de ser magra, loira, cabelos longos, ao estilo da boneca Barbie. Para isso os publicitários chegam ao desplante de vender cremes para branqueamento de pele na África e na Ásia.

Também pretendem vender silicone para aumento do tamanho dos seios, entre diversos outros produtos. Segundo Durham até produtos proibidos nos países do Primeiro Mundo por ameaças à saúde, são vendidos no Terceiro Mundo. “As indústrias da moda, das dietas, dos exercícios físicos, dos cosméticos e da cirurgia plástica geram lucros anuais de bilhões de dólares”, afirma Durham, e confirma “a publicidade é a espinha dorsal da mídia”.

No terceiro mito As garotas bonitas, “em 2007, uma garota de 12 anos chamada Maddison Gabriel causou frisson no desfile de moda Gold Coast, da Austrália”. Um noticiário da emissora norte-americana ABC afirmou que Gold teve inspiração em Lolita. Um blogueiro observou, com cinismo indisfarçável: “crianças também conseguem ser ‘hot’”.

A cantora “Britney Spears, aos 16 anos, exibiu-se movimentando-se de modo ostensivo, vestida com um uniforme de escola católica e rabo de cavalo de menininha, em seu primeiro vídeo musical”. Para Durham a roupa clássica de Lolita é o ”leitmotiv predileto da pornografia infantil”.

Em maio a apresentadora Xuxa foi saudada pela mídia por aparecer ladeada por duas jovens gêmeas negras, de 14 anos, desfilando com pouca roupa e, segundo a mídia, tornou-se espécie de madrinha das meninas para tornarem-se modelos. Essa carreira tem sido apresentada em novelas e programas de tevê como ideal para as “meninas bonitas”. Só não falam dos problemas dessa profissão, nem de como as meninas que supostamente não são assim tão “bonitas” devem fazer? Resta a frustração apenas.

Ser violento é sexy é o quarto mito definido pela escritora. Em diversos filmes, a violência sexual contra garotas é apresentada como natural e punitiva. Nesses filmes tanto as garotas “boas” quanto as “más” são assassinadas com o mesmo prazer.

Uma série de filmes de terror, muito apreciada por jovens, Sexta-feira 1, apresenta as garotas que fazem sexo como libertinas que, portanto, devem ser severamente punidas, da mesma forma que os garotos viciados em drogas. O mais pesado, porém, se dá contra as meninas. É a mão de Deus punindo os pecadores.

“Praticamente a cada vez que há uma cena de relação sexual, em que são mostradas longas cenas com garotas adolescentes seminuas, o matador mascarado ataca.” O filme American Pie, apresentado como de libertação sexual, mostra as meninas como instrumentos do sexo e meros objetos a serem usados pelos meninos.

No videogame da série Grand Theft Auto os jogadores têm oportunidade de estuprar, espancar e assassinar prostitutas.

Também peças publicitárias apresentam a violência contra mulher como sexy. “As imagens de violência contra as mulheres estão em toda a parte: nos outdoors, nas revistas, na televisão. Um anúncio da Dolce & Gabbana exibe um homem fazendo sexo com uma mulher, enquanto outros homens estão parados em pé, assistindo. A cena sugere um estupro sendo praticado por uma gangue. No anúncio, a modelo é bonita, tem olhar ardente e aparenta estar excitada. O estupro pela gangue é implicitamente justificado”, afirma Durham.

Outro anúncio da Cesare Paciotti “mostra um homem pisando sobre o rosto de uma bela mulher que usa batom vermelho.”

O quinto mito criado pela mída é do que os rapazes gostam. As revistas feitas para meninas invariavelmente dizem que os “rapazes sabem muito a respeito das garotas” e também sabem muito bem o que querem, ao contrário das garotas que não sabem nada, portanto, precisam aprender a satisfazer os desejos dos garotos... com a mídia.

As revistas “ensinam” as meninas a serem atraentes. Manchetes do tipo estampados pela revista norte-americana Seventeen mostram isso claramente: “Experimente esse visual, testado por garotas e aprovados por rapazes”, formam a essência desse mito.

Controlar a volúpia da mídia “Temos de aprender a ter controle sobre a mídia e a usá-la de modo que melhore nossa vida, em vez de lhe dar total liberdade de ação tanto no espaço público quanto no privado”, afirma Durham. Ela diz ainda que o marketing das empresas está transformando as crianças pequenas em “iscas de sexo”.

Por isso, para ela “a sexualidade deve ser protegida, as pessoas devem ter controle sobre ela, livres de qualquer violência ou coerção. As garotas devem ser amparadas social e culturalmente, de modo que contribua como seu desenvolvimento sexual e o seu bem-estar.”

“O Efeito Lolita está presente nas revistas para adolescentes, nos programas de tevê, nos shopping centers, na pornografia e nas ruas. Às vezes é difícil distinguir uma imagem da outra”, afirma Durham. Ele age dentro de um contexto corporativo e comercial. Em razão disso, não há ética em jogo: “ele é movido pela busca do lucro”.

Principalmente porque a parte mais promíscua e violenta sobra para as meninas pobres que, sem dinheiro para comprar os tais produtos milagrosos e se tornarem “sexies”, tornam-se presas fáceis para a face mais cruel desse contexto: o tráfico sexual de crianças. O Departamento de Drogas e Crimes da ONU descreve o tráfico sexual de crianças como a atividade criminosa de maior expansão no mundo.

“Em certo sentido, o Efeito Lolita superestima e subestima o sexo, ao mesmo tempo: ele dá uma ênfase excessiva à necessidade das garotas de ser sexies, mas não leva o sexo suficientemente a sério a ponto de lhes fornecer informações adequadas sobre como lidar com ele na vida real”, diz Durham. Por isso, ela defende a inclusão do “uso crítico da mídia” na grade curricular “desde o período da pré-escola até o final do ensino secundário”.

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Militar tenta suicídio no CINDACTA-4

Estresse, carga emocional elevada e pedido de afastamento recusado podem ter sido alguns dos motivos que levaram o sargento da Aeronáutica, Juvenal Liberato,50, a tentar suicídio dentro do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 4), por volta das 12h30 de ontem. O militar, que atua na área administrativa do Centro Integrado, subtraiu uma pistola calibre 9 mm de um outro militar (soldado) com a intenção de se matar, travou luta corporal com o ‘colega de farda’ e atirou no próprio tórax.
O sargento Liberato foi socorrido pela equipe médica do Cindacta 4 e encaminhado às pressas para o Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto, Adrianópolis, Zona Centro-Sul. Na unidade hospitalar, ele foi submetido a uma drenagem no peito para a retirada de sangue, acumulado por conta da perfuração do projétil. Ele deve ser transferido na manhã de hoje para o Hospital Militar da Aeronáutica, localizado na Base Aérea de Manaus, Zona Sul.
A família do militar, que reside no Estado do Ceará, deve chegar ao Amazonas no dia de hoje para acompanhar a recuperação do sargento.
Fonte extra-oficias informou que o sargento teria pedido o afastamento do trabalho por problemas psicológicos há vários dias, mas ontem pela manhã, um dos superiores da vítima, teria recusado o pedido, no qual motivou o militar a tentar contra a própria vida. “Um conhecido me falou que ele saiu chorando da sala do superior depois de ter o afastamento negado. Isso demonstra que ele estava em depressão, e por isso, tomou a arma do colega militar e atirou no seu peito”, comentou uma fonte.
A assessoria de comunicação do 7º Comando Aéreo Regional (Comar) confirmou a versão de tentativa de suicídio, porém não entrou em detalhes sobre o motivo que levou o militar a cometer o suicídio dentro do Cindacta 4. “Tudo está sendo apurado por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM) que foi instaurado, ainda no dia de hoje (ontem), para apurar as causas do fato ocorrido”, disse a assessora de imprensa do 7º Comar, tenente Daniela Callegaro.
De acordo com informações de Daniela Callegro, o soldado que tentou evitar o suicídio (cujo o nome não foi revelado) foi dispensado da escala de serviço no dia de ontem e, posteriormente, deve ser ouvido pelos membros da Aeronáutica que apuram o IPM.

Depressão
Uma fonte que conhece um militar que atua no Cindacta - 4, e que preferiu não se identificar, ressaltou que vários militares sofrem de problemas psicológicos e que muitos estão deprimidos por conta das tarefas desenvolvidas no Centro Integrado. A fonte informou que o sargento Liberato já tentou se suicidar por duas vezes fora de serviço, depois de ter seguidos pedidos de afastamento negados. “Muitos militares fazem tratamento à base de medicamento controlado. Ele tentou se envenenar por duas vezes, mas foi socorrido há tempo, antes de ir a óbito. Não sei o que acontece lá (Cindacta), ele entrou bem de saúde, mas hoje sofre de problemas sérios com a saúde”, revelou.
Acompanhamento e militarização.
Uma outra fonte militar informou que esta é a primeira vez que ele tem conhecimento de um episódio de um militar ter sido vítima de ferimento por arma de fogo nas dependências do Sindacta-4, e que não é possível afirmar com segurança se foi suicídio ou não.
A fonte informou que por se tratar de uma das atividades consideradas estressantes existem dois psicólogos que realizam todos os anos inspeções de saúde. Caso seja detectado algum tipo de problema psicológico, a mesma equipe realiza o acompanhamento psicológico.
Nas conversas que tem com os colegas, o militar diz que uma das principais queixas é sobre a carga de trabalho e sobre o sistema que, segundo ele, é denominado de “militarização” no órgão: “Isso ocorreu depois daquela pane ocorrida nos radares do Cindacta-4 em 2007. Mais existem ainda obrigações e normas que antes não eram exigidas e agora são. Começamos a trabalhar às 07h30 e encerramos às 15h. É muita carga de trabalho para atividade desgastante como esta”, afirma.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Compro, logo existo

Diz-me quanto e o que consomes e te direi quanto vales.

“Compre, compre, compre...” Este é o clichê pronunciado por um famoso vendedor televisivo do Brasil ao oferecer seus produtos aos telespectadores. Com um estilo “divertido e original” este apresentador (perito em vendas) nos leva a acreditar que suas bugigangas (quinquilharias) sejam essenciais para a sobrevivência humana. O bem-sucedido apresentador nada mais é do que um “porta-voz” de uma sociedade que outrora “pensava”, logo existia e que hoje se preocupa em “consumir para existir”.

A febre do consumismo é difundida nas mais diferentes classes sociais, etnias e espaços geográficos. Embora boa parte da população consuma apenas as “imagens”, a outra parte se lança na “aventura” dos “crediários das Casas Bahia” (com prestações a perder de vista). Paga-se, assim, duas ou três vezes pelo preço real do produto. Nesse afã desenfreado de consumir, muitos se enredam em dívidas impagáveis, recorrendo, então, a bancos ou a financeiras que emprestam dinheiro com juros escorchantes; desta forma, a dívida anterior será paga com outra, e o círculo vicioso tende a aumentar.

Desde o nascimento somos induzidos e bombardeados pela indústria da publicidade e da propaganda a seguir um padrão de vida, de consumo, de felicidade: “compre e seja feliz”. As marcas e as etiquetas comandam a ditadura do consumo. Assim como a “mentira dita mais de mil vezes acabava por se tornar verdade” (publicidade nazista), do mesmo modo a propaganda, sob a forma da repetição, age no inconsciente de cada ser; leva-nos a consumir marcas, não produtos: compramos sem querer o Bombril (ao invés de esponja de aço), a maizena (no lugar do amido de milho), a Gillette (como se fosse o barbeador), a Coca-Cola (como o único refrigerante), a Qboa (como a melhor água sanitária), o “Omo” (como o único sabão em pó) e compramos “Kibon” (como se não houvesse outra marca de sorvete).

A nossa geração está consumindo, entretanto, como se fosse a última a habitar o planeta Terra. É um sistema não sustentável que exaure riquezas naturais e minerais de forma espantosa. Se todo o mundo, por exemplo, consumisse, em média, igual a um norte-americano com seu “american way of life”, teria de existir 3 a 5 planetas como o nosso, e o problema é que temos apenas um (os EUA têm apenas 4% da população mundial e consome um quarto de toda a energia produzida no mundo).

Um bom exemplo é o automóvel (símbolo de liberdade, poder e prazer), aspiração e sonho de consumo mais desejado dentre os homens na face da Terra. As marcas, os modelos, a potência, o design, o conforto, fascina a todos. A cada ano há alguma mudança nos carros: apresenta-se um novo modelo, um farol, um detalhe. Segundo Goldemberg (2010), existe hoje, no mundo, cerca de 700 milhões de automóveis; um para cada dez habitantes. Nos Estados Unidos o número de carros se equipara à quantidade de pessoas (incluindo as crianças). No Brasil são quase sete pessoas para cada automóvel, e em 2014 deveremos ter quatro pessoas por veículo – em outras palavras, cada família deverá ter um carro. Prevê o pesquisador que dentro de 20 anos haverá 2 bilhões de automóveis circulando no mundo. A cidade de São Paulo emplaca aproximadamente 800 novos carros diariamente. Multiplique este número por 7 dias da semana (5.600), por 30 dias do mês (24.000), por 365 dias no ano (292.000). São quase 300 mil carros novos que começam a trafegar em apenas um ano em uma cidade. Quais os custos econômicos (dentro de 40 anos extinguem-se as reservas mundiais de petróleo), os custos sociais e ambientais para tal realidade? Engarrafamentos, poluição, acidentes... O pior é que muitos governos instigam, legitimam e encorajam a população a comprar mais automóveis para que possam salvar as grandes empresas da falência; e reduzem impostos a fim de gerar mais empregos com o objetivo de promover um modelo duvidoso de desenvolvimento. Logo após o ataque de 11 de setembro, o presidente Bush mandou a população consumir. Da mesma forma, na última crise financeira global de 2008, muitos estadistas conclamaram o povo a consumir a fim de salvar a economia.

Por fim, vivemos a civilização do “tempo integral”, que não se desliga. As vacas, as galinhas, as flores, as pessoas já não dormem. A luminosidade faz com que vivamos um eterno dia. Já não descansamos, já não sonhamos, já não nos alimentamos adequadamente. Vivemos a globalização do hambúrguer e a ditadura do fast food, da plastificação da comida à escala mundial, obra da McDonald's, Burger King e outras fábricas. O “moderno” é levar (intoxicar) nossas crianças e nossos jovens em tais “restaurantes”. Vivemos a sociedade não apenas do “fast” food, mas do “fast” drive, “fast” love, ou seja do “fast” life... Assim, a qualidade de vida vem sendo substituída pelo “viver apressadamente”. Quem lucra com isso são as indústrias farmacêuticas com seus sedativos, ansiolíticos e demais drogas químicas. Nunca a palavra “stress” foi tão pronunciada e vivenciada como hoje. Por exemplo, no Google, em um comparativo, a palavra “sexo” tem 67.200.000 resultados, enquanto que o termo “stress” tem 171.000.000 de resultados. Angústia, depressão, pânico são também muito recorrentes...

Se a sociedade de outrora se pautava no “ser”, nos dias atuais se pauta no ter e no aparecer. Não mais “sou”, nem “tenho”, mas “pareço ter”, por que a “imagem é tudo”. Quanto mais vivemos a era da comunicação e da portabilidade (Internet, celulares, agendas eletrônicas), mais precária é a nossa comunicação intersubjetiva. A sociabilidade sucumbiu em nome da individualidade. Somos mais infelizes, mais fúteis e vazios do que outrora. Somos condenados a viver a uniformidade, não a diversidade. Quem não seguir os “padrões” do consumo está “fora da moda”; é motivo de desprezo e piadas... Devo seguir o molde de vida, de felicidade, de beleza daquela atriz (ator), daquela(e) modelo, daquela revista. Devo vestir, comer, sentir segundo o padrão da uniformidade. Quem estiver fora desse protótipo é “infeliz” e “excêntrico”.

Professor Dejalma Cremonese - dcremo@hotmail.com

Impulsos

Marcos Prisco

Todo homem é comandado por impulsos.

Impressões superiores e inferiores resultam dos impulsos nobres ou infelizes.

A generosidade é impulso que ajuda.

A cólera é impulso que envenena.

A fé é impulso que santifica.

A sensualidade é impulso que degrada.

O egoísmo é impulso que aniquila.

A caridade é impulso que sublima.

A preguiça é impulso que inutiliza.

A compaixão é impulso que renova.

O medo é impulso que inibe.

A bondade é impulso que vitaliza.

A ira é impulso que entenebrece.

O amor é impulso que liberta.

Deixe-se arrastar pela comodidade e seus impulsos o levarão ao azedume e à loucura.

Ligue-se às atividades edificantes e impulsos nobres renovarão seus anseios.

Cada Espírito se demora em sintonia com a faixa emocional em que se expressa. Impulsos positivos e negativos a todo momento trabalham para a sua mudança mental.

Se lhe aprazem as emoções grosseiras, os impulsos o reterão no solo da animalidade.

Se você anseia paz e gozo libertador, impulsos superiores o alcançarão, erguendo-o aos cimos das dificuldades com as asas das ações santificantes.

Siga a atração da luz, abra os braços em movimentos e amor e, impulsionado pela força do bem, você desdobrará possibilidades, libertando o Espírito dos apelos primitivos sob o comando de impulsos que o conduzirão aos páramos sublimes.

Não tropeces


Não tropeces no fácil triunfo ou na auréola barata dos crucificadores. Todas as vezes que as circunstâncias te compelirem a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo, transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.

Educação

O governo da sua majestade o Pinóquio retirante, definiu os ministérios e os órgãos da União que terão uma nova redução de orçamento este ano, como parte do corte de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O Ministério da Educação foi o mais afetado e terá R$ 1,28 bilhão a menos para gastar em 2010. Com esse corte adicional, o orçamento da Educação perdeu R$ 2,34 bilhões em relação aos valores aprovados pelo Congresso. E não foi só isso, o Ministério da Saúde perderá R$ 344 milhões. O Ministério do Desenvolvimento Social, responsável por programas sociais como o Bolsa-Família, terá de reduzir as despesas em R$ 205,3 milhões. Ao mesmo tempo a criatura abominável também disse que assistirá todos os jogos da copa e que irá à África para assistir a final. Imaginem o tamanho do séquito que o acompanhará.

domingo, 6 de junho de 2010

O império do consumo

por Eduardo Galeano

O sistema fala em nome de todos, dirige a todos as suas ordens imperiosas de consumo, difunde entre todos a febre compradora; mas sem remédio: para quase todos esta aventura começa e termina no écran do televisor. A maioria, que se endivida para ter coisas, termina por ter nada mais que dívidas para pagar dívidas as quais geram novas dívidas, e acaba a consumir fantasias que por vezes materializa delinquindo.

Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efémera, que se esgota como se esgotam, pouco depois de nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas para que outro mundo vamos mudar-nos?

A explosão do consumo no mundo actual faz mais ruído do que todas as guerras e provoca mais alvoroço do que todos os carnavais. Como diz um velho provérbio turco: quem bebe por conta, emborracha-se o dobro. O carrossel aturde e confunde o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo soa muito, tal como o tambor, porque está vazia. E na hora da verdade, quando o estrépito cessa e acaba a festa, o borracho acorda, só, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos partidos que deve pagar. A expansão da procura choca com as fronteiras que lhe impõe o mesmo sistema que a gera. O sistema necessita de mercados cada vez mais abertos e mais amplos, como os pulmões necessitam o ar, e ao mesmo tempo necessitam que andem pelo chão, como acontece, os preços das matérias-primas e da força humana de trabalho.

O direito ao desperdício, privilégio de poucos, diz ser a liberdade de todos. Diz-me quanto consomes e te direi quanto vales. Esta civilização não deixa dormir as flores, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores são submetidas a luz contínua, para que cresçam mais depressa. Nas fábricas de ovos, as galinhas também estão proibidas de ter a noite. E as pessoas estão condenadas à insónia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar. Este modo de vida não é muito bom para as pessoas, mas é muito bom para a indústria farmacêutica. Os EUA consomem a metade dos sedativos, ansiolíticos e demais drogas químicas que se vendem legalmente no mundo, e mais da metade das drogas proibidas que se vendem ilegalmente, o que não é pouca coisa se se considerar que os EUA têm apenas cinco por cento da população mundial.

"Gente infeliz os que vivem a comparar-se", lamenta uma mulher no bairro do Buceo, em Montevideo. A dor de já não ser, que outrora cantou o tango, abriu passagem à vergonha de não ter. Um homem pobre é um pobre homem. "Quando não tens nada, pensas que não vales nada", diz um rapaz no bairro Villa Fiorito, de Buenos Aires. E outro comprova, na cidade dominicana de San Francisco de Macorís: "Meus irmãos trabalham para as marcas. Vivem comprando etiquetas e vivem suando em bicas para pagar as prestações".

Invisível violência do mercado: a diversidade é inimiga da rentabilidade e a uniformidade manda. A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.

O consumidor exemplar é o homem quieto. Esta civilização, que confunde a quantidade com a qualidade, confunde a gordura com a boa alimentação. Segundo a revista científica The Lancet, na última década a "obesidade severa" aumentou quase 30% entre a população jovem dos países mais desenvolvidos. Entre as crianças norte-americanas, a obesidade aumentou uns 40% nos últimos 16 anos, segundo a investigação recente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Colorado. O país que inventou as comidas e bebidas light, os diet food e os alimentos fat free tem a maior quantidade de gordos do mundo. O consumidor exemplar só sai do automóvel par trabalhar e para ver televisão. Sentado perante o pequeno écran, passa quatro horas diárias a devorar comida de plástico.

Triunfa o lixo disfarçado de comida: esta indústria está a conquistar os paladares do mundo e a deixar em farrapos as tradições da cozinha local. Os costumes do bom comer, que vêem de longe, têm, em alguns países, milhares de anos de refinamento e diversidade, são um património colectivo que de algum modo está nos fogões de todos e não só na mesa dos ricos. Essas tradições, esses sinais de identidade cultural, essas festas da vida, estão a ser espezinhadas, de modo fulminante, pela imposição do saber químico e único: a globalização do hamburguer, a ditadura do fast food. A plastificação da comida à escala mundial, obra da McDonald's, Burger King e outras fábricas, viola com êxito o direito à autodeterminação da cozinha: direito sagrado, porque na boca a alma tem uma das suas portas.

O campeonato mundial de futebol de 98 confirmou-nos, entre outras coisas, que o cartão MasterCard tonifica os músculos, que a Coca-Cola brinda eterna juventude e o menu do MacDonald's não pode faltar na barriga de um bom atleta. O imenso exército de McDonald's dispara hamburguers às bocas das crianças e dos adultos no planeta inteiro. O arco duplo desse M serviu de estandarte durante a recente conquista dos países do Leste da Europa. As filas diante do McDonald's de Moscovo, inaugurado em 1990 com fanfarras, simbolizaram a vitória do ocidente com tanta eloquência quanto o desmoronamento do Muro de Berlim.

Um sinal dos tempos: esta empresa, que encarna as virtudes do mundo livre, nega aos seus empregados a liberdade de filiar-se a qualquer sindicato. A McDonald's viola, assim, um direito legalmente consagrado nos muitos países onde opera. Em 1997, alguns trabalhadores, membros disso que a empresa chama a Macfamília, tentaram sindicalizar-se num restaurante de Montreal, no Canadá: o restaurante fechou. Mas no 98, outros empregados da McDonald's, numa pequena cidade próxima a Vancouver, alcançaram essa conquista, digna do Livro Guinness.

As massas consumidoras recebem ordens num idioma universal: a publicidade conseguiu o que o esperanto quis e não pôde. Qualquer um entende, em qualquer lugar, as mensagens que o televisor transmite. No último quarto de século, os gastos em publicidade duplicaram no mundo. Graças a ela, as crianças pobres tomam cada vez mis Coca-Cola e cada vez menos leite, e o tempo de lazer vai-se tornando tempo de consumo obrigatório. Tempo livre, tempo prisioneiro: as casas muito pobres não têm cama, mas têm televisor e o televisor tem a palavra. Comprados a prazo, esse animalejo prova a vocação democrática do progresso: não escuta ninguém, mas fala para todos. Pobres e ricos conhecem, assim, as virtudes dos automóveis último modelo, e pobres e ricos inteiram-se das vantajosas taxas de juro que este ou aquele banco oferece. Os peritos sabem converter as mercadorias em conjuntos mágicos contra a solidão. As coisas têm atributos humanos: acariciam, acompanham, compreendem, ajudam, o perfume te beija e o automóvel é o amigo que nunca falha. A cultura do consumo fez da solidão o mais lucrativo dos mercados. As angústias enchem-se atulhando-se de coisas, ou sonhando fazê-lo. E as coisas não só podem abraçar: elas também podem ser símbolos de ascensão social, salvo-condutos para atravessar as alfândegas da sociedade de classes, chaves que abrem as portas proibidas. Quanto mais exclusivas, melhor: as coisas te escolhem e te salvam do anonimato multitudinário. A publicidade não informa acerca do produto que vende, ou raras vezes o faz. Isso é o que menos importa. A sua função primordial consiste em compensar frustrações e alimentar fantasias: Em quem o senhor quer converter-se comprando esta loção de fazer a barba? O criminólogo Anthony Platt observou que os delitos da rua não são apenas fruto da pobreza extrema. Também são fruto da ética individualista. A obsessão social do êxito, diz Platt, incide decisivamente sobre a apropriação ilegal das coisas. Sempre ouvi dizer que o dinheiro não produz a felicidade, mas qualquer espectador pobre de TV tem motivos de sobra para acreditar que o dinheiro produz algo tão parecido que a diferença é assunto para especialistas.

Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o século XX pôs fim a sete mil anos de vida humana centrada na agricultura desde que apareceram as primeiras culturas, em fins do paleolítico. A população mundial urbaniza-se, os camponeses fazem-se cidadãos. Na América Latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos: as maiores cidades do mundo e as mais injustas. Expulsos pela agricultura moderna de exportação, e pela erosão das suas terras, os camponeses invadem os subúrbios. Eles acreditam que Deus está em toda parte, mas por experiência sabem que atende nas grandes urbes. As cidades prometem trabalho, prosperidade, um futuro para os filhos. Nos campos, os que esperam vêem passar a vida e morrem a bocejar; nas cidades, a vida ocorre, e chama. Apinhados em tugúrios, a primeira coisa que descobrem os recém chegados é que o trabalho falta e os braços sobram. Enquanto nascia o século XIV, frei Giordano da Rivalto pronunciou em Florença um elogio das cidades. Disse que as cidades cresciam "porque as pessoas têm o gosto de juntar-se". Juntar-se, encontrar-se. Agora, quem se encontra com quem? Encontra-se a esperança com a realidade? O desejo encontra-se com o mundo? E as pessoas encontram-se com as pessoas? Se as relações humanas foram reduzidas a relações entre coisas, quanta gente se encontra com as coisas? O mundo inteiro tende a converter-se num grande écran de televisão, onde as coisas se olham mas não se tocam. As mercadorias em oferta invadem e privatizam os espaços públicos. As estações de auto-carros e de comboios, que até há pouco eram espaços de encontro entre pessoas, estão agora a converter-se em espaços de exibição comercial.

O shopping center, ou shopping mall, vitrina de todas as vitrinas, impõe a sua presença avassaladora. As multidões acorrem, em peregrinação, a este templo maior das missas do consumo. A maioria dos devotos contempla, em êxtase, as coisas que os seus bolsos não podem pagar, enquanto a minoria compradora submete-se ao bombardeio da oferta incessante e extenuante. A multidão, que sobe e baixa pelas escadas mecânicas, viaja pelo mundo: os manequins vestem como em Milão ou Paris e as máquinas soam como em Chicago, e para ver e ouvir não é preciso pagar bilhete. Os turistas vindos das povoações do interior, ou das cidades que ainda não mereceram estas bênçãos da felicidade moderna, posam para a foto, junto às marcas internacionais mais famosas, como antes posavam junto à estátua do grande homem na praça. Beatriz Solano observou que os habitantes dos bairros suburbanos vão ao center, ao shopping center, como antes iam ao centro. O tradicional passeio do fim de semana no centro da cidade tende a ser substituído pela excursão a estes centros urbanos. Lavados, passados e penteados, vestidos com as suas melhores roupas, os visitantes vêm a uma festa onde não são convidados, mas podem ser observadores. Famílias inteiras empreendem a viagem na cápsula espacial que percorre o universo do consumo, onde a estética do mercado desenhou uma paisagem alucinante de modelos, marcas e etiquetas. A cultura do consumo, cultura do efémero, condena tudo ao desuso mediático. Tudo muda ao ritmo vertiginoso da moda, posta ao serviço da necessidade vender. As coisas envelhecem num piscar de olhos, para serem substituídas por outras coisas de vida fugaz. Hoje a única coisa que permanece é a insegurança, as mercadorias, fabricadas para não durar, resultam ser voláteis como o capital que as financia e o trabalho que as gera. O dinheiro voa à velocidade da luz: ontem estava ali, hoje está aqui, amanhã, quem sabe, e todo trabalhador é um desempregado em potencial. Paradoxalmente, os shopping centers, reinos do fugaz, oferecem com o máximo êxito a ilusão da segurança. Eles resistem fora do tempo, sem idade e sem raiz, sem noite e sem dia e sem memória, e existem fora do espaço, para além das turbulências da perigosa realidade do mundo.

Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efémera, que se esgota como esgotam, pouco depois de nascer, as imagens que dispara a metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas a que outro mundo vamos nos mudar? Estamos todos obrigados a acreditar no conto de que Deus vendeu o planeta a umas quantas empresas, porque estando de mau humor decidiu privatizar o universo? A sociedade de consumo é uma armadilha caça-bobos. Os que têm a alavanca simulam ignorá-lo, mas qualquer um que tenha olhos na cara pode ver que a grande maioria das pessoas consome pouco, pouquinho e nada, necessariamente, para garantir a existência da pouca natureza que nos resta. A injustiça social não é um erro a corrigir, nem um defeito a superar: é uma necessidade essencial. Não há natureza capaz de alimentar um shopping center do tamanho do planeta.
10/Maio/2010
O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org , nº 2199

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Aparências

Não acuse o irmão que parece mais abastado. Talvez seja simples escravo de compromissos.

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Não condene o companheiro guindado à autoridade. É provável seja ele mero devedor da multidão.

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Não inveje aquele que administra, enquanto você obedece. Muitas vezes, é um torturado.

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Não menospreze o colega conduzido a maior destaque. A responsabilidade que lhe pesa nos ombros pode ser um tormento incessante.

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Não censure a mulher que se apresenta suntuosamente. O luxo, provavelmente, lhe constitui amarga provação.

*

Não critique as pessoas gentis que parecem insinceras, à primeira vista. Possivelmente, estarão evitando enormes crimes ou grandes desânimos.

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Não se agaste com o amigo mal-humorado. Você não lhe conhece todas as dificuldades íntimas.

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Não se aborreça com a pessoa de conversação ainda fútil. Você também era assim quando lhe faltava experiência.

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Não murmure contra os jovens menos responsáveis. Ajude-os, quanto estiver ao seu alcance, recordando que você já foi leviano para muita gente.

*

Não seja intolerante em situação alguma. O relógio bate, incessante, e você será surpreendido por inúmeros problemas difíceis em seu caminho e no caminho daqueles que você ama.

* * *


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.


Eu tinha a posição de encarregado, mais por decisão do meu chefe, outro colega foi posto no meu lugar e eu colocado em última posição. Sei o peso que meu colega enfrenta. Meu chefe pensou que eu teria inveja ou que nós ficaríamos inimigos, mas para a surpresa, nos continuamos nos respeitando.
Chefe, a sua posição é pior do que a minha. Na sua, você é tentado a cometer diversos erros. Na minha, graças a Deus, não. Sempre agradeço por nunca chegar na sua posição!

Narrativa de um Viciado “Morto”

Médium Shyrlene Soares Campo

“Meu nome é Cláudio. Desencarnei em acidente, devido ao excessivo consumo de álcool e drogas. Tinha nas mãos todos os recursos para vencer, segundo os moldes da vida. Não vou afirmar que fui alucinado por más companhias. Todos nós buscamos as pessoas com as quais mais nos identificamos.
Se derrapei no mal e fui vampirizado por entidades que me torturaram o corpo e posteriormente o espírito, se desci à mais negra degradação, se entorpeci meus sentidos anulando-me fisicamente, só a mim cabe a culpa.
Fui aquinhoado com inteligência, pais amoráveis, segurança financeira. Nunca me faltou dinheiro, amigos, confiança. Essa excessiva confiança, talvez, tenha sido a causa maior de minha falência.
Quando comecei a trilhar os primeiros passos do vício, e pedir dinheiro e mais dinheiro, se meus pais tivessem me observado, me acompanhado, se tivessem sido mais vigilantes e menos pródigos, talvez meu caminho tivesse sido outro.
Mergulhei em sofrimentos inenarráveis. Sofri todas as torturas, conheci o “inferno” de perto. Eu que nasci talhado para vencer, conheci os abismos insondáveis das torpezas humanas e espirituais.
Jovens, sêde prudentes! Valorizem os tesouros da vida, se amparem nas leituras edificantes, fujam dos amigos da noite e das horas vazias.
Quando socorrido numa colônia abrigo para desintoxicação, rememorei meus dias passados, minha bola colorida, meu velocípede, meus livros, meus discos, meus pratos prediletos, meu bombom favorito. Chorei de desespero com saudade do menino que fui.
Ah! Se eu pudesse transformar num passe de mágica o tempo que vivi eu mudaria tudo. Mas, não tenho mais tempo… Perdi minha chance.
Me resta agora o arrependimento, a dor, a saudade.
Meu Deus, como sou infeliz! Mas queixas não transformam destino.
Agora é recomeço difícil. Quase nada conheci, nem pude realizar. Na próxima vida, muito menos farei. Renascerei num lar pobre com pessoas desconhecidas e que precisam da prova de um filho mongolóide. Difícil caminho, eu sei…
Mas pios seria permanecer como estou, anulado e sufocado de remorso.
Quando virem um jovem alegre e ele lhe parecer um vencedor, orem por ele. Quem sabe se no meio da multidão inconsciente e inconseqüente não caminha apenas mais um vencido!”

Busca e Acharás – Agosto de 2000

Mensagem do dia


Alma corajosa não é aquela que se dispõe a revidar golpe recebido e sim aquela que sabe desculpar e esquecer.